Por Wladmir Coelho –
1 – O apelo de mr. Biden ao setor siderúrgico para elevação da produção de aço recebeu do setor uma sonora gargalhada dos controladores do oligopólio interessados em manter as taxas de lucros e religar os fornos corresponde, segundo a declaração do representante da Cleveland-Cliffs Inc. e a US Steel Corp., a reduzir os preços para em seguida desativar os mesmos.
2 – O setor automobilístico, das geladeiras e fogões esperneia, estrebucha alegando falta do essencial para a produção revelando as contradições de um modelo desordenado, desorganizado no qual o vale tudo do lucro não admite o mínimo planejamento a não ser aquele fundado nos interesses corporativos, via de regra, voltados a redução dos salários, do quantitativo de trabalhadores, extinção de direitos trabalhistas, dos imposto, concentração e financeirização da economia.
3 – Monteiro Lobato escreveu ainda nos anos 30 “O Escândalo do Petróleo e do Ferro” denunciando o poder destas duas corporações – as famílias a controlar o setor internacionalmente continuam as mesmas e depois da 2ª Guerra Mundial associadas aos antigos financiadores do nazismo – revelando as práticas destrutivas responsáveis pela redução do Brasil a condição de economia extrativista, com relação ao minério de ferro, importadora de gasolina graças a intromissão das Sete Irmãs na geologia nacional negando a existência de petróleo em nossas terras. A forma encontrada para superar o quadro de atraso industrial era óbvio: intervenção do Estado na economia e assim procedeu o presidente Getúlio Vargas a partir do incentivo ao modelo empresarial estatal como sustentáculo da modernização econômica capitalista criando a Vale do Rio Doce para minerar, a Companhia Siderúrgica Nacional de Volta Redonda para transformar. Em 1953 assumiu a criação da Petrobras e planejou a Eletrobras sem esquecer a energia atômica, como as demais iniciativas citadas, bicotada ainda em nossos dias.
4 – Enquanto isso na sede do capitalismo mundial os muito ricos admitem intervenção somente para a transferência de suas dívidas ao Estado aliviando o risco dos bancos e deles mesmos todos unidos, bem juntos presos numa mágica atração; aquela dos fundos de investimentos a dominar a lógica da inércia produtiva em nome da maior taxa de lucro possível uma contradição a destruir empregos mantendo, todavia, o padrão do luxo dos muito ricos.
Enquanto isso mr. Biden segue com seus apelos sem a coragem e as condições de intervir.
WLADMIR COELHO – Professor do Instituto de Educação de Minas Gerais – IEMG; Superintendente de Juventude da SEE-MG; Editor do blog Política Econômica do Petróleo e Colunista do jornal Tribuna da Imprensa Livre. Em função das boas práticas profissionais recebeu em 2018 o Prêmio em Defesa da Liberdade de Imprensa, Movimento Sindical e Terceiro Setor, parceria do jornal Tribuna da Imprensa Livre com a OAB-RJ.
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