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O uso indiscriminado e desnecessário de medicações por nossa população – por Karlos Holanda
Imagens Ilustrativas. (Arquivo Google)
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O uso indiscriminado e desnecessário de medicações por nossa população – por Karlos Holanda

Por Karlos Holanda –

É cada dia mais frequente encontrar alguém que faça uso de medicações variadas para tratar problemas de saúde que poderiam resolvidos com pequenas e simples alterações/modificações no estilo de vida. Uma condição alarmante tendo em vista o número crescente de pessoas que fazem uso dessa prática. Com uma simples e buscar na internet é possível encontrar medicamentos milagrosos, com a promessa de serem capazes de tratar qualquer doença.

A luta para emagrecer, seja por estética, ou mesmo por necessidade, está fazendo com que muitas pessoas percam o seu bem mais precioso, sua saúde. Infelizmente no Brasil o acesso a algumas medicações para emagrecimento é muito fácil, ainda que aprovadas pela Anvisa, basta o cidadão ir a uma farmácia sem nenhum tipo de receita e comprar. Mas e o risco desse tipo de conduta, não existe? Lógico que existe, a utilização desse tipo de medicação, deve primeiro ter uma indicação clara, que somente após uma avaliação multidisciplinar será capaz de confirmar, o que não acontece na maioria dos casos. E o mais grave, medicações estão sendo “prescritas” pelos amigos, com posologias absurdas, sem respeitar o que é indicado em bula pela fabricante do medicamento. Esse uso irresponsável e abusivo pode ter consequências graves a longo prazo, pois para se alterar a forma de se tomar uma medicação, estudos sérios e prolongados, devem ser feitos pelos desenvolvedores daquela medicação. Agora fica uma pergunta, em que parte fica a dieta e prática de exercícios físicos na rotina de uma pessoa que deseja emagrecer?

Talvez seja mais fácil tomar remédio por conta própria, mesmo que isso possa trazer riscos para a sua saúde.

O uso indiscriminado de medicamentos tarja preta

O mundo moderno trouxe com ele, alguns problemas que pouco existiam antigamente, como por exemplo a insônia, assunto já discutido aqui mesmo nessa coluna da saúde. Ao invés de tentar procedimentos para facilitar o sono, as pessoas estão preferindo tomar remédios, criando muitas vezes uma total dependência deles para conseguir dormir. E devo deixar claro que antes de indicar qualquer medicação para dormir, devemos tentar identificar fatores que estejam atrapalhando, como por exemplo o uso de celulares e tablets na hora de dormir.

Nas universidades e no trabalho, pessoas também estão descobrindo medicamentos que melhoram o seu desempenho, dando maior poder de concentração e reduzindo o cansaço. Acredito que só de ler essa informação, sejamos capazes de imaginar a facilidade em criar dependência desse tipo de medicação.

O mais grave é que o acesso a esse tipo de medicação muitas vezes é dado por um comércio paralelo, sem nenhum tipo de fiscalização.

Quatro coisas que você deve saber sobre o Viagra | Bem Estar | G1

O desempenho sexual é outra questão que vem sendo tratada de forma desnecessária. Muitos jovens estão utilizando comprimidos no intuito de impressionar seus parceiros, porém vale ressaltar que o uso contínuo acaba gerando um efeito de ordem psicológica, onde o jovem não se sente mais apto a ter relação sem o medicamento.

Se o leitor acha que podemos parar por aqui, infelizmente não é verdade. Jovens estão usando hormônios para ficarem musculosos, antidepressivos para melhorarem o humor, e assim por diante. Esse é um retrato de uma sociedade doente, onde ao invés de investirem na melhora do estilo de vida, investem nas prateleiras das farmácias, local em que acreditam estar a solução para todos os seus problemas.

E o mais triste é que muitos desses problemas poderiam ser resolvidos sem nenhum tipo de medicação, ou mesmo sem o risco de efeito adverso indesejado.

Dr. KARLOS GUDDE DE HOLANDA MOURA – Médico – CRM 5276708-5, titular desta “Tribuna da Saúde”, colunista do jornal Tribuna da Imprensa Livre; Residência Médica em Anestesiologia pelo Hospital Beneficência Portuguesa da São Paulo; Pós-graduado em Laser, Cosmiatria e Procedimentos pela FATESA de Ribeirão Preto; Pós-graduando em Nutrologia pela USP de Ribeirão Preto; Professor da Pós-Graduação de Laser, Cosmiatria e Procedimentos na FATESA de Ribeirão Preto. @dr.karlosholanda

Envie seu texto para mazola@tribunadaimprensalivre.com ou siro.darlan@tribunadaimprensalivre.com


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