Por Siro Darlan –
A organização paramilitar ligada ao Partido Nazista e a Adolf Hitler para perseguir judeus, homossexuais, negros e inimigos políticos Schutzstaffel, conhecido como SS que serviam como guardas nos campos de concentração que mataram 20 milhões de judeus e perseguia os inimigos ideológicos. Esse modelo de perseguição política não foi sepultada com o final da 2ª Guerra Mundial, ao contrário foi copiado e replicado em várias partes do mundo.
Dizem que a Sicília, na Itália, é uma terra solar, mas também de trevas e de sombras. Foi lá que surgiu o jornalista corajoso Pino Maniaci, que fundou uma televisão caseira com sua mulher e filha chamada Telejato, em sua cidade Partinico que abalou as estruturas da máfia “cosa mostra” e da máfia existente no poder judiciário local.
Após investigar e denunciar diversos chefes da máfia local e promover suas prisões, mesmo sendo ameaçado pessoalmente e seus familiares, Maniaci descobriu que no grupo antimáfia havia uma juíza cuja lei lhe dera o poder de sequestrar os bens de mafiosos ou suspeitos. Aproveitando esse poder legal a juíza SS – Silvana Saguto se valia de “medidas preventivas” para expropriar bens de empresários que nenhuma relação tinha com o crime organizado, e nomear administradores judiciais amigos e parentes como o próprio marido, os filhos e sobrinhos, os quais se apropriavam dos bens dos empresários, levando-os à falência e desempregando milhares de operários para enriquecerem com os recursos sequestrados.
A SS de Palermo foi julgada e condenada a 8 anos de prisão e a devolver os valores que se apropriou indevidamente. Vitória da coragem de Maniaci e do jornalismo independente e da liberdade de expressão.
Já do outro lado do Atlântico, o valente Juiz Federal Eduardo Appio que corajosamente denunciou a entrega do Brasil ao capitalismo norte americano por mafiosos chefiados pelo Juiz Moro e o procurador Delagnol, levando a situação pré-falimentar as principais e mais fortes empresas brasileiras como a Petrobrás, Odebrecht, JBS, dentre outras através de acordos firmados com a CIA americana para perseguir não apenas os administradores dessas empresas como para prender e humilhar o principal líder da oposição que disputava e ganharia as eleições em 2018, Lula da Silva.
Em seu corajoso livro “Tudo por dinheiro” ele denuncia a SS brasileira Salise Sanchonete (pagina 124 do livro) afirmando ter sido ela “peça-chave” no processo de seu afastamento da 13ª Vara Criminal de Curitiba, onde desvendava todos os artifícios criminosos para destruir a economia brasileira e se apoderarem do dinheiro público para a criação de uma Fundação/Partido de ascensão da extrema direita ao poder. Afirma o autor que foi ela o “braço direito do Ministro Joaquim Barbosa no processo do mensalão. Foi ela quem criou a tese do “autor pelo domínio do fato” que resultou em diversas condenações ilegais e sem provas”.
Aponta a SS brasileira como contumaz perseguidora de juízes progressistas, garantistas e legalistas e que “O objetivo do TRF4, especialmente Salise Sanchonete, era me destruir completamente. ” (Pag. 259 do livro Tudo por dinheiro). Na página 176, o valente Juiz Federal afirma: Descobrimos que grande parte dessas ações (de perseguição) foi orquestrada pela desembargadora Salise Sanchonete, figura chave desse processo. Na época do meu afastamento, ela cumpria mandato no Conselho Nacional de Justiça (CNJ). E foi entre o TRF e o CNJ que minha remoção foi articulada e decretada”.
Ora, não é coincidência que essa mesma SS tenha sido a relatora do processo administrativo que sofri e que dormitava há 4 anos no CNJ, tendo passado por diversos relatores que nada viram de irregular na minha decisão de conceder um benefício de tratamento de saúde a um preso doente, que uma vez preso morreu pelas mesmas causas que motivaram minha decisão. No início pensei de boa-fé que a referida SS agira apenas obedecendo as ordens do suspeito e impedido Corregedor, mas agora, lendo “Tudo por dinheiro”, entendi que essa é a prática que essa senhora aplica para julgar os seus “inimigos ideológicos”. Fui vítima de uma ação nazista.
Realmente a técnica de mentir e enganar os demais Conselheiros funcionou e ao dizer, faltando com a verdade que o Ministério Público pedira minha aposentadoria compulsória, quando o pedido era de arquivamento, confirma o caráter persecutório a um juiz progressista, como é de seu costume.
SIRO DARLAN – Advogado e Jornalista; Editor e Diretor do Jornal Tribuna da imprensa Livre; Ex-juiz de Segundo Grau do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ), aposentado compulsoriamente por conceder benefício a preso em risco de vida, que uma vez preso faleceu nas grades da crueldade estatal; Especialista em Direito Penal Contemporâneo e Sistema Penitenciário pela ENFAM – Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados; Mestre em Saúde Pública, Justiça e Direitos Humanos na ENSP; Pós-graduado em Direito da Comunicação Social na Universidade de Coimbra (FDUC), Portugal; Coordenador Rio da Associação Juízes para a Democracia; Conselheiro Efetivo da Associação Brasileira de Imprensa; Conselheiro Benemérito do Clube de Regatas do Flamengo; Membro da Comissão da Verdade sobre a Escravidão da OAB-RJ; Membro da Comissão de Criminologia do IAB. Em função das boas práticas profissionais recebeu em 2019 o Prêmio em Defesa da Liberdade de Imprensa, Movimento Sindical e Terceiro Setor, parceria do Jornal Tribuna da Imprensa Livre com a OAB-RJ.
Envie seu texto para mazola@tribunadaimprensalivre.com ousiro.darlan@tribunadaimprensalivre.com
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