Por Miranda Sá

Neste tempo em que a Índia envia uma sonda ao lado escuro da Lula e revela a importante presença de oxigênio lá, há cretinos no Brasil que creem ser a Terra plana e outros estúpidos combatem as vacinas por convicções religiosas.

Desta maneira, vemos que enquanto a humanidade caminha científica e tecnologicamente para o futuro, a inconveniente e nociva burrice de falsos conservadores brasileiros se mantém; e, pior, fazem a cabeça das pessoas ignorantes, aptas a aceitar absurdos.

Soube, enquanto estive em Buenos Aires, e não testei, que  falta  professor de Astronomia na USP a muito tempo. Isto mostra um cenário dúplice:  sendo verdade, revela a idiotice dos pelegos que pululam politicamente nas entidades acadêmicas; registra o desprezo pela Ciência daqueles que não são cientistas, mas trapaceiros que persistem em ocupar o poder.

História registra, por exemplo, que no Instituto de Ciência francês – fundado em 1816 – ocorreu um fato que hoje lhe envergonha por ocorrência antiga: para comemorar os 50 anos da sua fundação, o Instituto recebeu dos Estados Unidos um fonógrafo, réplica da invenção de Thomas Edson. Na apresentação pública, o acadêmico Bouillard agarrou o operador pela gola gritando: – “Esse fraudulento ventríloquo quer no impingir as mentiras de um tal de senhor Edson!”

Vê-se com isto como as Academias enxameiam de fingidores oportunistas. Contra eles, porém, a Ciência se impõe silenciosamente. Assim, ao contrário do negativismo exposto no Instituto Francês, também na França tivemos o caso da invenção do vidro inquebrável, que tem salvo milhares de vidas. Ocorreu por coincidência no início do século passado: O cientista Edouard Benedictus inventou-o por acaso: tomado pelo sono, interrompeu uma pesquisa e apressado, deixou cair uma garrafa no laboratório.

No dia seguinte encontrou o vidro quebrado, mas o seu conteúdo manteve a sua forma; então reconheceu que o solvente se evaporara deixando uma película de nitrato de celulose unida à parede interna do vaso.

Semanas depois, Benedictus leu no jornal a notícia de um grave ferimento por cacos de vidro, sofrido por um motorista após um desastre. O Cientista lembrou-se da garrafa com solução de colódio; e inventou o vidro inquebrável….

Assim caminha a Humanidade. Na Idade Média o intelectual o médico suíço Philippus Aureolus Theophrastus, conhecido como Paracelso, notabilizou-se pela defesa do uso de plantas medicinais para a cura de doenças e foi acusado de ser defensor do xamanismo.

Vê-se hoje que – a despeito do que impõe a poderosa indústria farmacêutica –, que Paracelso como pesquisador, tinha razão; e legou para o futuro a polêmica teoria de que as doenças mentais se agravam no período escuro da Lua.

Estou doido para ver os indianos descreverem o hemisfério da Lua que a gente não vê daqui da Terra. Será que é ali que se produz ou se acumula a energia negativa que influi nos cérebros humanos?

Tomara que a Ciência triunfe na pesquisa da psicopatia que grassa epidemicamente na política brasileira. Podíamos até levar para a política internacional, porque nunca, em tempo algum, viu-se uma baixaria tão grande entre os líderes mundiais. Aqui, porém, os estoques da estupidez humana batem recordes entre nós.

Como exemplo, o presidente Lula não governa, só atua polarizando -se eleitoralmente com Bolsonaro, que, por sua vez, mesmo inelegível, está em plena campanha eleitoral.

Por falta de um ensino científico e o negativismo das vacinas, vivemos uma situação psicótica tão grave que não tem fase da Lua que dê jeito no Brasil dividido entre estes dois….

MIRANDA SÁ – Jornalista profissional, blogueiro, colunista e diretor executivo do jornal Tribuna da Imprensa Livre; Trabalhou em alguns dos principais veículos de comunicação do país como a Editora Abril, as Organizações Globo e o Jornal Correio da Manhã; Recebeu dezenas de prêmios em função da sua atividade na imprensa, como o Esso e o Profissionais do Ano, da Rede Globo. mirandasa@uol.com.br

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