Por Michelle Meneses

8 de Março – Dia Internacional da Mulher: Dia de Reflexão e Luta. Como está a Vida da Mulher brasileira?

“Brasil registra recorde de casos de feminicídio em 2023”

“RJ quase dobra número de casos de violência contra mulher em 4 anos; estupro cresceu 134%”

“Entre 2019 e 2022, durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, o Exército concedeu e renovou registros de CACs (Caçadores, Atiradores e Colecionadores) para agressores de mulheres e caçadores sem licença”

“Casos de feminicídio e estupro no país crescem no primeiro semestre de 2023”

“Em média, 4 mulheres são vítimas de feminicídio por dia no país. A cada 8 minutos, uma menina ou mulher é estuprada no Brasil”

Conforme o levantamento do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) divulgado em novembro de 2023, com base nos boletins de ocorrência registrados pelas Polícias Civis dos estados e do Distrito Federal:

“No primeiro semestre de 2023, 722 mulheres foram vítimas de feminicídio no Brasil, o que representa em média quatro assassinatos por dia, um crescimento de 2,6% comparado ao mesmo período do ano anterior, quando 704 mulheres foram assassinadas por razões de gênero.”

“Segundo dados atualizados do Fórum de Segurança Pública:1.463 mulheres foram mortas no ano de 2023.”

Os dados são estarrecedores, preocupantes e exigem uma resposta rápida das Autoridades públicas para conter o aumento avassalador da violência contra a Mulher.

Esse é o retrato da “via crucis” feminina em um país violento, machista e misógino.

As mulheres estão sendo caçadas e mortas simplesmente porque são Mulheres.

Nos últimos anos a violência física e moral contra a mulher aumentou absurdamente em nosso país; virou rotina os casos de feminicídios, onde na maioria das vezes as mulheres são agredidas e assassinadas por seus maridos, companheiros ou namorados.

Nunca tantas mulheres sofreram violência pelas mãos de seus parceiros, em nome do “Amor”, ” Honra”,  “Ciúmes ” ou pelo simples fato de serem Mulheres.

É uma rotina macabra de abusos físicos, sexuais, morais, assassinatos e desrespeito às mulheres brasileiras!

Essa escalada da violência de gênero é o triste resultado em um país que carece de políticas públicas eficazes e punições mais duras para combater à violência contra a Mulher.

Infelizmente no Brasil, o machismo é cultural e estrutural, a própria sociedade patriarcal estimula os meninos à comportamentos agressivos e de dominação em relação às meninas; e isso se reflete na idade adulta quando os homens veem as mulheres como objetos a serem usados, abusados e descartados!

É um círculo vicioso de violência que precisa ser freado!

As mulheres, muitas vezes tem medo e vergonha de denunciar seus agressores, seja por não ter uma rede de apoio ou simplesmente por desconhecer seus Direitos perante a Justiça.

A pergunta que não quer calar: Por que o homem brasileiro é tão violento com as Mulheres?

🚨Coincidência?

Os crimes contra as Mulheres tiveram um aumento considerável durante e após o Governo misógino e violento de Jair Bolsonaro; ele que por diversas vezes agrediu verbalmente parlamentares e jornalistas mulheres.

A Política armamentista do Governo Bolsonaro estimulou o Discurso de Ódio de gênero, elevando absurdamente os índices de violência contra as Mulheres.

A sociedade civil não pode se calar e nem tolerar homens que cometem violência contra as mulheres!

Precisamos urgentemente fazer uma profunda reflexão para que possamos combater à Violência contra a Mulher, com políticas públicas eficientes e com o fim da “cultura” machista no Brasil.

Além de toda violência sofrida pelas mulheres brasileiras, ainda temos que enfrentar o preconceito na esfera profissional que é muito grande em nosso país, ainda recebemos salários menores que os dos homens mesmo quando desempenhamos funções semelhantes; o acesso ao mercado de trabalho é prejudicado pela falta de apoio e incentivo público e privado; e para as mulheres que são mães, a realidade é ainda mais difícil para seu pleno retorno à vida profissional.

E para complicar ainda mais esse cenário, somos nós quem arcamos com a dupla jornada de trabalho e afazeres domésticos.

Vejo muitas mulheres competentes, talentosas e inteligentes, que estão fora do mercado de trabalho, simplesmente porque as oportunidades não surgem ou porque com filhos pequenos e sem uma rede de apoio eficiente, não conseguem retornar ao trabalho.

Sem contar o preconceito contra a idade da Mulher!

Esse tema “Etarismo” merece uma análise mais profunda para um próximo artigo.

A desigualdade de gênero no mercado de trabalho está diretamente ligada à pouca representatividade na Política Brasileira.

Conforme dados do TSE (Tribunal Superior Eleitor) mesmo sendo a maioria do eleitorado brasileiro (53%), a representatividade da mulher na vida pública e política do país é mínima, e isso reflete diretamente na ausência de políticas públicas para combater a desigualdade, a violência, o preconceito e a falta de empregos formais para as mulheres.

É verdade que mesmo com a obrigatoriedade de cotas femininas no sistema eleitoral, a participação da mulher na política brasileira ainda é muita tímida.

A maioria das cidades brasileiras Não tem sequer uma Vereadora!

Precisamos incentivar a participação e representatividade feminina na política.

Precisamos falar de política com as Mulheres cada vez mais cedo.

Precisamos conscientizar nossas meninas sobre a sua importância no contexto político do nosso país.

Precisamos conquistar nosso lugar de voz na sociedade.

O caminho para revertermos essa dura realidade, passa certamente, por uma maior participação da mulher na política brasileira, para que assim, possam ser implementadas políticas públicas eficazes, garantindo o acesso ao mercado de trabalho e combatendo a desigualdade sofrida pelas mulheres em sua vida profissional.

É fundamental o apoio dos entes públicos e privados para que a Mulher brasileira possa exercer com liberdade e dignidade sua profissão.

Em um ano de Eleições municipais, é chegada a hora de exigir que nossas vozes sejam ouvidas, que nossas pautas e nossas reivindicações sejam atendidas.

Ser Mulher no Brasil hoje é sofrer todo tipo de violência, ataques, insultos, ofensas, preconceitos e agressões, simplesmente por SER MULHER.

A sociedade brasileira ainda tem um longo caminho a percorrer para assegurar os direitos e proteger a Vida das Mulheres.

Basta de Violência contra as Mulheres!

Ser Mulher no Brasil é um ato de Resistência!

Mulheres, seguimos na luta por nossos Direitos!

MICHELLE MENESES – Advogada, Cientista Política, Escritora, Mãe de 4 filhos e colunista do jornal Tribuna da Imprensa Livre.

Envie seu texto para mazola@tribunadaimprensalivre.com ou siro.darlan@tribunadaimprensalivre.com


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