Por Pedro do Coutto –

O ministro Alexandre Silveira, de Minas e Energia, e o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, anunciaram na tarde de terça-feira, uma nova política de mercado da empresa estatal cujo efeito imediato foi a redução dos preços da gasolina, do diesel e do gás de cozinha. No  Globo, a reportagem é de Bruno Rosa e Renan Monteiro. Na Folha de S. Paulo, de Nicola Pamplona. No Estado de S. Paulo, a matéria é de Denise Luna.

O objetivo é desvincular parcialmente a comercialização dos derivados de petróleo, como é o caso da gasolina, do diesel e do gás, do valor internacional dos produtos. É preciso considerar um dos pontos que a meu ver deve ser focalizado concretamente.

PRODUÇÃO – O Brasil figura entre os maiores produtores mundiais de petróleo bruto. É exportador de óleo e importador de boa parte dos produtos refinados, pois as refinarias existentes no país não têm capacidade plena para faturar o óleo produzido através do pré-sal. Assim, para uma produção de três milhões de barris diários, o Brasil consome 2,5 milhões e exporta 500 mil.

A política adotada no governo Bolsonaro, inspiração do ex-ministro Paulo Guedes, baseava-se nos preços de importação dos refinados. O Brasil teria que pagar mais de acordo com a oscilação do dólar para cima, é claro. Mas não considerava a mesma influência do dólar na exportação do óleo bruto, setor em que o Brasil participa expressivamente. Ou seja, caso o preço do produto bruto suba e o dólar também, o Brasil lucra mais na exportação.

Quando os produtos refinados sobem em função do mercado internacional, do dólar, o desembolso do país passa a ser maior. São duas vertentes que precisam de atenção. A estrutura da nova política não foi ainda divulgada plenamente pela Petrobras, mas deve ser nos próximos dias, se tudo correr bem, incluindo as questões que citei serem consideradas. Guedes considerava apenas o aumento das exportações. Não é possível ver apenas um ângulo da questão.

DEPOIMENTO – Em depoimento na terça-feira à Polícia Federal, o ex-presidente Jair Bolsonaro negou qualquer pedido, participação ou aceitação dos fatos procedidos pelo seu ex-ajudante de ordens, coronel Mauro Cid, que incluía a falsificação de atestados de vacinação. O coronel Mauro Cid ficou mal no quadro e terá dificuldade em seu depoimento à PF marcado para hoje. A sua esposa irá depor na sexta-feira.

Complicações à vista para o militar, inclusive pelas suas ações na tentativa de liberar as joias da Arábia Saudita no Aeroporto de Guarulhos. Como nas histórias policiais de antigamente, o culpado acaba sendo o mordomo. Esse papel foi reservado nitidamente para Mauro Cid desempenhar.

CLÁSSICO – No Fla x Flu da noite de terça-feira, o Flamengo teve uma atuação muito melhor do que a do Fluminense e, digo isso como tricolor, o empate foi um bom resultado. Inclusive porque o time atuou mais de 40 minutos com 10 jogadores, uma vez que Felipe Melo foi expulso. Mais uma vez, o técnico Fernando Diniz recuou demais a equipe, sobretudo o atacante Cano, aumentando a distância para as investidas contra o adversário.

O treinador do Flamengo estabeleceu como tática a presença de pelo menos dois jogadores em cada lance da partida, obrigando um deslocamento muito maior dos atletas, criando uma dificuldade para a saída de bola tricolor. O Fluminense saiu com passes curtos e lentos, facilitando a ação rubro-negra. No final, o empate foi um bom negócio para o time tricolor.

NAVIOS ENCALHADOS  – A reportagem do Bom Rio nesta quarta-feira, focaliza embarcações afundadas na Baía de Guanabara, incluindo cascos, lanchas e até navios de grande porte poluindo as águas do mar. A reportagem mostrou o início de uma ação permanente, utilizando guindastes gigantes para a retirada de embarcações, lanchas e navios do fundo da Baía de Guanabara.

Essa existência indevida de sucatas implica no assoreamento das águas, aumentando a profundidade para a atração de navios de maior tonelagem, sobretudo no canal de acesso que vai do mar aos armazéns da Avenida Rodrigues Alves. O trabalho será longo e precisará assumir caráter permanente, mas é fundamental para a despoluição e a diminuição da profundidade da Baía de Guanabara.

PEDRO DO COUTTO é jornalista.

Enviado por André Cardoso – Rio de Janeiro (RJ). Envie seu texto para mazola@tribunadaimprensalivre.com ou siro.darlan@tribunadaimprensalivre.com


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