Por Emanuel Cancella

Em 2022, a justiça argentina condena mais 23 militares por crimes de lesa-humanidade durante ditadura (2).

A Argentina já levou a julgamento e condenação 1.058 pessoas em 273 sentenças por crimes cometidos durante a ditadura empresarial-militar no país, segundo o último levantamento da Promotoria de Crimes contra a Humanidade argentina (2)

Avião do ‘voo da morte’ volta à Argentina após 30 anos: ‘Não consigo olhar’ , afirmou a médica argentina, Claudia Mabel Careaga, diante do Skyvan PA-51, de onde sua mãe, sedada, foi arremessada ao mar por militares argentinos (1).

 Após a aterrissagem, os presentes se reuniram diante da parte traseira do avião de carga — a mesma que era aberta pelos militares para arremessar os prisioneiros — e fizeram uma homenagem breve aos mortos e desaparecidos da ditadura argentina.

Existe um pedido registrado, no ato oficial de repatriação do avião, de uma lei contra o negacionismo.

Na Alemanha, já é proibido negar o Holocausto e fazer apologia ao nazismo, a vice-presidente Cristina Kirchner disse que a ideia de uma lei contra o negacionismo deve ser considerada (1).

Aqui no Brasil na ditadura militar ninguém foi punido!

 Bolsonaro foi preso no Exército e, mesmo denunciado e condenado pelo ato terrorista, foi deputado por vários mandatos e até presidente da República em 2018.

Perdeu eleição para Lula em 2022 e agora é suspeito de liderar o movimento golpista frustrado do dia 08/01/23.

 Bolsonaro também  planejava explodir o Guandu, o que mataria muita gente, e também os quarteis, ceifando a vida de colegas de fardas (5)

Pasmem! Bolsonaro, debochando dos milhares de perseguidos, presos e torturados, homenageou o coronel Carlos Alberto Ustra, segundo ele o terror de Dilma Roussef.

 Com o voto de Bolsonaro e da maioria dos parlamentares, Dilma foi afastada do governo por um golpe, segundo o ministro do STF, Luiz Roberto Barroso, e sem ter cometido nenhum crime, segundo o Senado notícias (6,7).

Lembrando que Ustra foi o torturador de Dilma, quando uma estudante menina. Discurso de Bolsonaro deixa ativistas ‘estarrecidos’ e leva OAB a pedir sua cassação (8).

 A Argentina tem que servir de exemplo: todos militares envolvidos em perseguição, prisão, tortura e morte na ditadura militar precisam ser julgados e punidos.

 Não podemos esquecer a história dos 6,5 mil membros das Forças Armadas perseguidos pela Ditadura Militar  Dentre eles o general Bevilacqua, o brigadeiro Moreira Lima e o brigadeiro Francisco Teixeira(3).

Já entre os civis, a Comissão Nacional da Verdade-CNV, em seu relatório final, reconheceu 434 mortes e desaparecimentos políticos entre 1964 e 1988, dos quais a maioria ocorreu no período do regime (4).

O Brasil não pode persistir no erro: tem que punir, sem anistia, severamente, todos civis e militares envolvidos no ato terrorista e golpista de 08/01/23!

Fonte:

1 – https://tab.uol.com.br/noticias/redacao/2023/06/28/nao-consigo-nem-olhar-diz-filha-de-vitima-sobre-aviao-dos-voos-da-morte.htm

2 – https://www.andes.org.br/conteudos/noticia/justica-argentina-condena-mais-23-militares-por-crimes-de-lesa-humanidade-durante-ditadura1

3 – https://www.bbc.com/portuguese/brasil-46532955

4 – https://pt.wikipedia.org/wiki/Lista_de_mortos_e_desaparecidos_pol%C3%ADticos_na_ditadura_militar_brasileira

5 – https://veja.abril.com.br/coluna/reveja/o-artigo-em-veja-e-a-prisao-de-bolsonaro-nos-anos-1980

6 – https://www.brasil247.com/brasil/barroso-admite-que-dilma-foi-vitima-de-um-golpe-de-estado

7 – https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2016/05/03/presidente-dilma-nao-cometeu-qualquer-crime-que-justifique-o-impeachment-afirmam-juristas#:~:text=Presidente%20Dilma%20n%C3%A3o%20cometeu%20qualquer%20crime%20que%20justifique%20o%20impeachment%2C%20afirmam%20juristas,-Compartilhe%20este%20conte%C3%BAdo&text=Se%20acolhido%2C%20o%20processo%20de,(3)%20na%20Comiss%C3%A3o%20Especial.

8 – https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2016/04/160415_bolsonaro_ongs_oab_mdb

EMANUEL CANCELLA – Advogado (OAB/RJ 75.300), ex-presidente do Sindipetro-RJ, fundador e ex-diretor do Comando Nacional dos Petroleiros, da Federação Única dos Petroleiros (FUP), fundador e coordenador da FNP, ex-diretor Sindical e Nacional do Dieese, colunista desta Tribuna da Imprensa Livre, sendo também autor do livro “A Outra Face de Sérgio Moro” que pode ser adquirido no site Mercado Livre. Em função das boas práticas profissionais recebeu em 2017 o Prêmio em Defesa da Liberdade de Imprensa, Movimento Sindical e Terceiro Setor, parceria do jornal Tribuna da Imprensa Livre com a OAB-RJ.

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