Por Miranda Sá

“Falta ao virtuoso a feérica, a irisada, a multicolorida variedade do vigarista”. (Nelson Rodrigues)

Para defender a mesma proposta totalitária dos lulopetistas que monopolizaram o tom vermelho das bandeiras, infamando-o com práticas corruptas, as mariposas do Partido Socialista do Leblon (Psol) multicoloriram as suas asas para escapar da condenação social.

Não conseguiram enganar muito tempo, como se viu na imprensa a fotografia do “socialista” Marcelo Freixo bebericando à beira da piscina do Copacabana Palace, o templo da alta burguesia no Rio de Janeiro.

Por isto, o companheiro Freixo sofreu críticas de ordem ideológica e até gozações humorísticas abordando a contradição entre o discurso e o seu comportamento. Eis, porém, que aparece (como sempre) um intelectualóide para defender o “quadro do partido”.

O argumento cretino é de que o socialismo considera isto natural porque luta para que todos gozem os mesmos momentos prazerosos dos burgueses… A hilaridade deste raciocínio levou-me a um velho livro, escondido na estante, “La Trahison des Cleres” – A Traição dos Intelectuais – que considera este fenômeno como usual para proteger interesses pessoais do autor ou do coletivo onde participa.

Ocorre que os intelectuais, autênticos ou não, têm permanentemente um lugar reservado nas páginas dos jornais e das revistas, e sob os holofotes da tevê, por conta de repórteres amigos ou das simpatias ideológicas dos editores. Pela notoriedade, são usados ou se aproveitam disto para se meter na política.

E insistem. Veem-se figurantes de novelas, ávidos por aparecer, abrindo o bocão para o público com chavões decorados em conversas de botequim. Jogam para frente as suas besteiras acreditando que “a massa tem a mentalidade de um garoto de 12 anos, qualquer ludibrio o impressiona”, como escreveu o escritor ítalo-argentino Pittigrilli.

Trata-se de uma tática de agitação dos grupos de pressão por demais conhecida, uma falácia dos herdeiros de Stálin que se dizem defensores da participação de todos os privilégios que o dinheiro oferece aos burgueses; e mesmo sabendo que esta utopia não se materializará vão se aproveitando, eles próprios, disto.

Durante muito tempo, esta minoria que se organiza, agita, e grita mais, conseguiu iludir um número considerável de trabalhadores e a classe média; mas isto se acabou no Brasil com a degenerescência dos seus chefes mergulhados na corrupção e a desgastante repetição de enganosas palavras-de-ordem.

Como discussão ideológica – ao seu gosto – nunca é demais lembrar que os privilégios burgueses sempre fizeram parte da vida dos líderes socialistas, desde Engels – o comunista de casaca -, e o seu parceiro Marx, a quem sustentava, que viveram a vida folgada dos capitalistas que condenavam…

Foi também o que assistimos na experiência dita marxista na URSS. O regime totalitário instaurado em nome da igualdade social, enriquecia os hierarcas do partido em detrimento do povo; e fracassou.  Mas o enxame dos lepidópteros obtusos pensa em apagar a História negando malogro dos regimes que defende.

As mariposas avermelhadas e as suas auxiliares coloridas não conseguem se antenar ao sentimento do povo; agora mesmo, um atirador de elite salvou 37 vidas, abatendo um sequestrador insano, e eles, em nome de um falso humanismo, atacam a polícia e defendem o bandido.

O “socialismo” das viagens aéreas de 1ª classe, dos hotéis cinco estrelas e das limusines, condena-se por si próprio. Nem é preciso denunciar o assalto aos cofres públicos, porque os seus “intelectuais” o justificarão dizendo que o camarada Stálin também assaltou…