Redação

Afirmam que vídeo o favorece; Reunião é alvo de inquérito no STF.

Após o ministro Celso de Mello ter liberado nesta 6ª feira (22.mai.2020) a divulgação do vídeo da reunião ministerial de 22 de abril, ministros e secretários do governo saíram em defesa do presidente Jair Bolsonaro, que comandou o encontro no Palácio do Planalto.

A gravação faz parte do inquérito aberto no STF (Supremo Tribunal Federal) sobre suposta tentativa de interferência, por parte de Bolsonaro, na autonomia da Polícia Federal. A acusação foi feita pelo ex-ministro da Justiça Sergio Moro quando o mesmo se demitiu do comando da pasta.

O vídeo traz falas de ministros contra outros Poderes. O chefe da pasta da Educação, Abraham Weintraub, falou que prenderia os ministros do Supremo“Por mim colocava esses vagabundos na cadeia, começando pelo STF”. Weintraub não se pronunciou sobre a divulgação.

Já a ministra Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos) disse que iria “pegar pesado” com prefeitos e governadores. No Twitter, Damares apenas postou uma foto com 1 trecho de Bolsonaro criticando a prisão de mulheres e a aplicação de multas a fiéis que descumprirem o isolamento.

O ministro da Secretaria Geral da Presidência da República, Jorge Oliveira, foi outro a defender Bolsonaro e a criticar a derrubada do sigilo do vídeo. Segundo Oliveira, que foi cotado a substituir Moro no Ministério da Justiça, o conteúdo divulgado é “sem nexo com o inquérito”. Disse ainda que a divulgação “apenas expõe” o presidente, que utilizou “palavras não polidas buscando o melhor para o Brasil”.

Onyx Lorenzoni, ministro da Cidadania, foi mais 1 a afirmar que a divulgação da reunião não prejudicou Bolsonaro, ao contrário –teria mostrado “claramente 1 governo comandado por 1 homem que se preocupa em servir ao povo brasileiro”. Ex-Casa Civil, Lorezoni encerrou a postagem com a hashtag #juntocomBolsonaro.

Marcelo Álvaro Antônio, que comanda o Turismo no governo Bolsonaro, foi na mesma linha: O esperado vídeo evidencia apenas a coisa: o compromisso do presidente Jair Bolsonaro com o Brasil. Orgulho de fazer parte deste time e estar do lado certo da história!”

O ministro Ernesto Araújo (Relações Exteriores) respondeu a 1 tweet de Bolsonaro logo após o vídeo ser divulgado. Completou o famoso slogan da campanha de 2018: “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”.

“Sem aspiração de transcendência e sem sentimento de nação (que invoca a transcendência) o ser humano se torna prisioneiro do medo, se amesquinha, perde o amor pela liberdade (ou por qualquer coisa) e fica pronto a aceitar ditaduras”, completou o chanceler sobre o material liberado ao público.

Alguns secretários-chave de gestão de Jair Bolsonaro também apoiaram o presidente em relação ao conteúdo e às falas do chefe do Executivo na reunião de 22 de abril.

Fabio Wajngarten, chefe da Secom (Secretaria de Comunicação Social) e 1 dos secretários mais próximos do presidente, afirmou que opositores de Bolsonaro viram no vídeo “1 líder defendendo os mesmos valores que defendeu em sua campanha e querendo proteger seu povo da tirania de pseudo-ditadores”.

O assessor especial de política internacional, Filipe G. Martins, afirmou que Bolsonaro tem a mesma postura em frente às câmeras que a adotada no privado (reunião). Martins é 1 dos secretários mais influentes do Planalto, vindo da ala olavista (ideológica).

“O Brasil agora tem 1 líder que fala em privado o que fala em público, sempre em favor de seu povo”, finalizou Filipe Martins.

Paulo Uebel, secretário de Desburocratização, Gestão e Governo Digital do Ministério da Economia, foi irônico: afirmou que a divulgação fará o presidente ser acusado de campanha eleitoral antecipada, no teor de que o vídeo irá “aumentar sua popularidade”.


Fonte: Poder360