Redação

O ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, se comprometeu com o presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Alexandre de Moraes, a entregar os relatórios da fiscalização das Forças Armadas do primeiro turno das eleições. A informação foi repassada no início da noite desta terça-feira (18), em um encontro fora da agenda entre Paulo Sérgio e Moraes, segundo fontes com conhecimento do assunto. Os relatórios que serão encaminhados terão informações sobre a checagem dos boletins de urna e o teste de integridade.

Os documentos foram solicitados por Moraes nesta terça. Em decisão, o presidente do TSE disse que a atuação das Forças Armadas, em possível alinhamento ao presidente Jair Bolsonaro (PL), pode caracterizar desvio de finalidade e abuso de poder.

ABUSO DE PODER – “As notícias de realização de auditoria das urnas pelas Forças Armadas, mediante entrega de relatório ao candidato à reeleição, parecem demonstrar a intenção de satisfazer a vontade eleitoral manifestada pelo chefe do Executivo, podendo caracterizar, em tese, desvio de finalidade e abuso de poder”, disse.

Bolsonaro nunca apresentou provas ou indícios sobre as urnas, mas repete o discurso golpista como uma forma de esconder os problemas de seu governo, a alta reprovação e as recentes pesquisas que o colocam atrás do líder, o ex-presidente Lula (PT). No Brasil, nunca houve registro de fraude nas urnas eletrônicas, em uso desde 1996.

Nesta terça, na conversa com Moraes, de acordo com os relatos, Paulo Sérgio explicou que as Forças Armadas não realizaram uma auditoria nas urnas eletrônicas, mas participaram de uma série de etapas de fiscalização do pleito.

CONFLITO DE VERSÕES – O prazo para o envio dos documentos é de 48 horas, e a Defesa foi notificada da decisão no início da noite de segund-feira.

Desde o início da tarde desta terça, havia um conflito de versões no Ministério da Defesa sobre como seria a resposta à decisão de Moraes. Auxiliares de Paulo Sérgio defendiam que a pasta respondesse que não foi realizada auditoria nas urnas, como disse Moraes, mas somente fiscalização do processo eleitoral.

Por outro lado, militares próximos do general Paulo Sérgio não achavam o melhor caminho usar uma diferença de terminologia para negar acesso aos relatórios sobre o primeiro turno das eleições.

Fonte: Folha de SP

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