Por Bolivar Meirelles

Confundir agrada aos reacionários conservadores. Esses não estão “nem aí” para se civis ou militares no Poder. O foco é ganhar muito, vantagens de todo o jaez…, sociais, financeiras e patrimoniais. A ser justo a análise tem de ir “a fundo”. Não podemos, apenas, “fazer cócegas” ao Universo Político.

Vamos recordar, não foi por acaso que Leonel de Moura Brizola não quis fazer parte do MDB. Retornou do exílio e criou o seu Partido Político. Hoje, após a morte de seu criador, meio desvirtuado. Cercou-se de civis e militares nacionalistas, trabalhistas, socialistas e comunistas até, liderados por Luiz Carlos Prestes. Não estava preocupado com civis ou militares.

O Foco do Brizola era a Pátria Brasileira e seu Povo. O Patrimônio Nacional.

Ora, Ulisses Guimarães, Teotônio Vilela denominado, posteriormente, “Menestrel das Alagoas” e Severo Gomes, foram três apoiadores do Golpe de Estado de 1964, três eminentes civis, militaristas de 1964, golpistas naturalmente. Os maus civis com os maus militares dá bom “caldo de cultura” ao Militarismo. Aqui está a essência do Problema. Uma boa reforma Constitucional agravando seriamente o Crime de lesa pátria seria fundamental. Ulisses deixou na Constituição, o artigo 142 (resíduo do Poder Militar), não reverteu os militares legalistas a ativa e, no entanto, anistiou os torturadores, estupradores e assassinos dos Governos Militares Ditatoriais. A revisão de currículos, programas e, fundamentalmente, professores e instrutores das Escolas de Formação de militares, é importante. São decisões e ações civis, sem qualquer dúvida.

O Carlos Lacerda, conhecido conspirador civil no âmbito militar, só o fazia por possibilidade civil de fazer.

O então General Henrique Duffles Teixeira Lott deu um Golpe Preventivo no 11 de novembro de 1955 que possibilitou a posse do Presidente da República eleito Juscelino Kubitschek. Lott era Militar. O apoio do General Machado Lopes a Leonel de Moura Brizola na luta pela posse de João Goulart em 1961, foi fundamental. Militares e civis legalistas dão bom resultado. Militares e civis militaristas dão péssimo resultado para a Democracia. O Golpe de 1964 efetivado pelos grandes Monopólios nacionais e internacionais e pelo Governo do Império estadunidense deu em 21 anos de Ditadura dos Governos Militares, deixou também o tutelado Sarney.

A eleição do capitão Jair Messias Bolsonaro, em 2018, se deu por pressão militarista, acerto com o Judiciário e lavagem cerebral pelas seitas Neopentecostais. Lavagem cerebral do Povo. Deu-se, também, pelos interesses de empresários e de grande parcela das camadas médias altas,… a maior parte de civis. Combater o militarismo é o que importa fundamentalmente.

Não podemos nos esquecer que a parcela mais atingida pelos atos discricionários, os Atos Institucionais dos Governos Militares Ditatoriais no pós Golpe de Estado de 1964, foi de militares cerca de 6.500 excluídos da ativa.


BOLIVAR MARINHO SOARES DE MEIRELLES – General de Brigada Reformado, Cientista Social, Colunista do jornal Tribuna da Imprensa Livre, Mestre em Administração Pública, Doutor em Ciências em Engenharia de Produção, Pós Doutor em História Política, Presidente da Casa da América Latina e Colunista do Caminhando Jornal TV (TVC-Rio)