Por Michelle Meneses –
“Quando uma mulher entra na política muda a mulher, mas quando muitas mulheres entram na política, muda a política.” (Michelle Bachelet – Primeira Mulher Presidente do Chile)
O México um país com uma cultura patriarcal bem forte, acaba de eleger a Primeira Mulher Presidente, Claudia Sheinbaum, mãe, avó, descendente de judeus, é cientista climática, ativista política e ex Chefe de Governo da Cidade do México, uma das maiores metrópoles do planeta.
No Brasil Dilma Rousseff ( 2011-2016), foi a Primeira Mulher a exercer o mandato de Presidente da República; mas ainda assim, a representatividade feminina continua aquém do necessário para a política brasileira!
A pouca representatividade feminina no cenário Político brasileiro.
Uma pesquisa detalhada feita pelo Instituto Alziras (https://www.alziras.org.br/) sobre mulheres no comando de Prefeituras, vem reforçar os dados sobre a baixa representatividade da Mulher na política brasileira.
– “Importante destacar que as mulheres são 51% da população, mas governam somente 12% dos municípios;
– As mulheres Negras são 28% da população, mas governam 4% dos municípios;
– 307 Municípios da Região Nordeste são Governados por Mulheres;
– Somente 55 Municípios da Região Centro-Oeste são Governados por Mulheres;
– 88% das Prefeituras do País são comandadas por Homens.
Esse é um dado muito importante da pesquisa: Cidades Governadas por Mulheres tiveram 44% menos mortes e 30% menos internações por Covid-19. “
Ainda no âmbito municipal, a situação só piora, em mais de 900 municípios brasileiros não tivemos sequer uma Vereadora eleita nas Eleições de 2020.
Temos apenas uma mulher governando uma Capital brasileira, Cinthia Ribeiro (PSDB-TO) comanda a Prefeitura de Palmas no Tocantins.
Na Câmara dos Deputados a participação feminina também é bem pequena, dentre 513 Deputados Federais eleitos em 2022, apenas 91 são Mulheres; e no Senado Federal são 15 mulheres ( 4 são suplentes que assumiram o lugar dos titulares) num total de 81 Senadores eleitos.
Atualmente só temos 2 Mulheres Governadoras: Fátima Bezerra(PT-RN) no Rio Grande do Norte e Raquel Lyra (PSDB-PE) em Pernambuco.
Mesmo sendo a maioria do eleitorado brasileiro ( 53%), conforme dados do TSE (Tribunal Superior Eleitor), a participação da mulher na vida pública e política do país é mínima, e isso reflete diretamente na ausência de políticas públicas para combater a desigualdade, a violência doméstica, o preconceito, a falta de oportunidades, empregos formais e melhores condições de vida para as mulheres.
É fato que a violência política contribui para afastar as mulheres de uma participação mais efetiva na vida política brasileira.
No ranking de 192 países pesquisados pela União Interparlamentar (UIP/dados de 2021), organização responsável por analisar parlamentos no mundo, o Brasil aparece na 142° colocação do ranking no que se refere à participação feminina na política, ficando atrás de todos os países da América Latina, com exceção do Paraguai e do Haiti.
Por que as Mulheres brasileiras pouco se interessam pela Política?
Por que mesmo sendo a maioria do eleitorado brasileiro, a Mulher não participa da vida Pública e Política do país?
São questões que demandam um olhar mais atento para o papel da Mulher na sociedade brasileira.
A maioria das mulheres não se interessam pela política, pois não se sentem confortáveis para participarem da vida pública e de uma eleição!
E qual seria o motivo desta falta de interesse e deste desconforto?
Em um país onde a presença dos homens na política é quase absoluta, se torna muito difícil para a mulher encontrar seu espaço e seu lugar de voz nesse ambiente machista.
São muitos os casos de violência e ataques contra parlamentares mulheres dentro de casas legislativas brasileiras.
Apesar da obrigatoriedade de cotas para mulheres nos partidos políticos (30% das vagas), o Machismo exacerbado, o preconceito, a misoginia e a violência na política do nosso país, afastam as mulheres da participação em pleitos eleitorais, e consequentemente, é muito baixo o número de mulheres concorrendo no processo eleitoral e exercendo cargos eletivos no Brasil.
✊🏻Desafios e Valorização da Mulher na Política
Precisamos falar sobre política com as Mulheres cada vez mais cedo.
Precisamos conscientizar nossas meninas sobre a importância do seu papel no contexto político do nosso país.
Precisamos reverter ou pelo menos diminuir esse cenário de pouca representatividade feminina na política brasileira.
Falar de política desde cedo, é fundamental para formar uma consciência crítica e reflexiva sobre o papel que nós mulheres queremos e temos o direito de exercer dentro da sociedade brasileira.
A política ainda é vista como “coisa para homem” no Brasil!
Dar voz às meninas desde cedo, é importante para estimular a formação de uma consciência política tão necessária para despertar o interesse em exercer uma maior participação da na vida política do país.
Cientes da importância que a política tem em nossas vidas, certamente as mulheres iriam se interessar mais pelo debate político.
Em ano de Eleições municipais tão importantes para o nosso país, é chegada a hora de exigir que nossas vozes sejam ouvidas, que nossas pautas e nossas reivindicações sejam atendidas.
As Mulheres brasileiras exigem Respeito para que possam participar do processo eleitoral e exercer livremente um mandato eletivo.
Mulheres, seguimos na luta por nossos Direitos!
Por mais Mulheres na Política brasileira!
MICHELLE MENESES – Advogada, Cientista Política, Escritora, Mãe de 4 filhos e colunista do jornal Tribuna da Imprensa Livre.
Envie seu texto para mazola@tribunadaimprensalivre.com ou siro.darlan@tribunadaimprensalivre.com
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