Redação –
O escritor Arthur Poerner, faleceu nesta quinta-feira (30.06.2022) na cidade do Rio de Janeiro.
Morreu na noite desta quinta-feira (30), Arthur José Poerner, escritor, jornalista, professor e compositor carioca. Bacharel em Direito, com pós-graduação em Comunicação. Ex-presidente da Fundação Museu da Imagem e do Som (MIS) e do Sindicato dos Escritores do Estado do Rio de Janeiro. Ex-professor de Jornalismo da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Participante ativo da resistência à ditadura militar, sobretudo no Correio da Manhã e no Pasquim, foi o mais jovem brasileiro a ter os direitos políticos suspensos por 10 anos, em 1966. Seu livro O Poder Jovem foi um dos primeiros 20 proibidos. Preso em 1970, obteve asilo político na Alemanha. Voltou em 1984 como editor de Cultura da TV Globo. É membro titular do Pen Clube do Brasil e integrou o Conselho Deliberativo e a Comissão de Ética dos Meios de Comunicação da Associação Brasileira de Imprensa (ABI). Condecorado, em 2000, com a Medalha de Mérito Pedro Ernesto, da Câmara Municipal do Rio de Janeiro, e, em 2005, com o Título de Benemérito do Estado do Rio de Janeiro.
O mais jovem brasileiro (26 anos na época) a ter os direitos políticos cassados, Arthur Poerner se destacou na imprensa brasileira por sua atuação contra o regime militar no Correio da Manhã. Como aluno de Direito da Faculdade Nacional, participava ativamente do Centro Acadêmico Cândido de Oliveira (Caco) e fazia a ponte entre o jornal e os estudantes.
Na literatura, também resistia à ditadura, escrevendo livros de conteúdo político e de protesto. Em 1968, publicou pela Civilização Brasileira sua mais importante obra: O Poder Jovem — História da participação política dos estudantes brasileiros, proibido no início do ano seguinte em todo o território nacional.
Numa entrevista ao site da ABI, publicada em 18/12/2008, para Bernardo Costa, Poerner, que foi Conselheiro da ABI, conta como foi sua prisão na redação do Correio da Manhã e sua passagem pelos porões do DOI-Codi, na Barão de Mesquita, que serviu de base para o romance Nas profundas do inferno, publicado na Espanha quando já estava exilado. Fala ainda das parcerias musicais com Baden Powell, João do Vale e Candeia, com quem se correspondia de Berlim para saber notícias da Portela e do mundo do samba.
Sempre atuando junto aos jovens, dando palestras em universidades de todo o País, lecionando Jornalismo na Uerj e acompanhando a UNE, Poerner conta que vê no jovem de hoje o mesmo interesse em mudar o mundo que havia em sua geração.
Leia a entrevista aqui
Fonte: Associação Brasileira de Imprensa (ABI)
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