Redação

O presidente Jair Bolsonaro e o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, reagiram à aprovação da lei que legaliza o aborto na Argentina nesta 4ª feira (30.dez.2020). O chefe do Executivo disse que o aborto “jamais será aprovado no Brasil” no que depender de seu governo. O chanceler classificou a interrupção da gravidez como “barbárie”.

O Senado argentino aprovou a legalização do aborto até a 14ª semana de gestação nesta 4ª feira. A medida já havia sido aprovada pela Câmara dos Deputados do país em 11 de dezembro. A sessão do Senado durou 12 horas e teve 38 votos a favor, 29 contra e uma abstenção.

“Lamento profundamente pelas vidas das crianças Argentinas, agora sujeitas a serem ceifadas no ventre de suas mães com anuência do Estado. No que depender de mim e do meu governo, o aborto jamais será aprovado em nosso solo. Lutaremos sempre para proteger a vida dos inocentes!”, escreveu Jair Bolsonaro em um post no Twitter.

O chanceler também manifestou-se em sua página na rede social. “O Brasil permanecerá na vanguarda do direito à vida e na defesa dos indefesos, não importa quantos países legalizem a barbárie do aborto indiscriminado, disfarçado de “saúde reprodutiva” ou ‘direitos sociais’ ou como quer que seja”.

No mesmo dia em que o presidente argentino Alberto Fernández apresentou o projeto de lei para legalizar o aborto, em 17 de novembro, a ministra brasileira da Mulher da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, fez uma postagem lembrando que o governo brasileiro assinou uma declaração internacional contra o aborto e a favor da família. O presidente Jair Bolsonaro repostou as declarações.

“Se eles não falam, nós falamos: a família antecede o Estado, e constitucionalmente deve ser protegida!!! No Governo Jair Bolsonaro fortalecimento da família é prioridade!”, disse.

Com a nova lei, a Argentina é o 4º país da América Latina a permitir o aborto legal, que já é autorizado em Uruguai, Cuba e Guiana. Ao apresentar o projeto de lei, Fernández disse que a legalização do aborto “salva a vida das mulheres” e afirmou que a regulamentação não aumenta nem promove o procedimento, “só resolve um problema que afeta a saúde pública”.

De acordo com ele, o debate “não é dizer sim ou não ao aborto”“O dilema que devemos superar é se os abortos se praticam na clandestinidade ou no sistema de saúde argentino. As mulheres mais vulneráveis e em situação de pobreza são as maiores vítimas de nosso sistema legal”, disse na ocasião.

RELAÇÃO BRASIL-ARGENTINA

Apesar de o Brasil e a Argentina serem grandes parceiros, os presidentes Jair Bolsonaro e Alberto Fernández são desafetos políticos, com ideologias opostas na maioria de seus programas.

Os dois chefes de Estado tiveram a 1ª reunião —por videoconferência— em 30 de novembro, mais de 1 ano depois de o líder argentino assumir. Em nota divulgada após o encontro, a Casa Rosada disse que o presidente argentino defendeu “deixar as diferenças no passado e encarar o futuro com as ferramentas que funcionem para o bem de todos”.


Fonte: Poder360