Por Pedro do Coutto –
O prefeito Eduardo Paes, que lidera por larga margem as pesquisas para a eleição do Executivo municipal, usou as redes sociais nesta terça-feira e culpou diretamente o governador Cláudio Castro pela situação de violência que acontece no Rio de Janeiro e também na Baixada Fluminense, e cobrou ações efetivas do governo estadual.
Paes mencionou a urgência de uma política de segurança eficiente que atenda às necessidades dos municípios, especialmente na região metropolitana. Ele também reforçou a necessidade de colaboração entre o governo estadual e os prefeitos. O prefeito ressaltou que a violência é um dos principais problemas enfrentados pelo Rio de Janeiro e apontou que a população vive com medo, acusando Cláudio Castro de inércia na gestão da segurança pública.
OPERAÇÃO – Os fatos ocorridos nesta semana confirmaram a versão de Paes. Na noite de segunda-feira, uma operação contra o tráfico de drogas e as milícias na comunidade da Maré ratificaram a tese da insegurança. Na região, da Zona Norte da capital, 38 escolas foram fechadas — uma delas da rede estadual de ensino. Lá, policiais militares e civis fizeram uma operação em busca de criminosos envolvidos num ataque que deixou quatro mortos e cinco feridos em Madureira, também na Zona Norte, no último sábado.
Sete a cada dez eleitores cariocas afirmaram se sentir “muito inseguros” nas ruas da cidade à noite na comparação com um ano atrás, segundo pesquisa Datafolha divulgada recentemente pela Folha de S. Paulo. O sentimento de insegurança nas ruas à noite é ainda maior quando observamos as respostas apenas das mulheres cariocas.
INSEGURANÇA – Segundo o levantamento, 77% das mulheres e 62% dos homens afirmaram que o sentimento de insegurança aumentou em um ano. No recorte por idade, 74% dos idosos reforçaram a sensação de insegurança, contra 54% das pessoas com idade entre 16 e 24 anos. Segundo a pesquisa, a maioria dos eleitores do município do Rio elegeram a segurança como o tema prioritário para o próximo prefeito da cidade.
Para 31% dos entrevistados pelo instituto de pesquisa, a segurança deve ser a principal preocupação do futuro gestor municipal. Em seguida, os eleitores citaram como prioridade: educação (19%), saúde (17%) e emprego (7%).
Infelizmente, essa é a rotina ameaçadora que se instaurou no estado. O que se vê são apenas medidas paliativas e discursos repletos de promessas que nunca se cumprem. O governador justifica-se apenas com a sinalização de que medidas serão tomadas, mas a realidade desmente as expectativas apresentadas.
E quem paga por tudo isso, é claro, é o cidadão que não sabe mais a quem recorrer.
PEDRO DO COUTTO é jornalista.
Enviado por André Cardoso – Rio de Janeiro (RJ). Envie seu texto para mazola@tribunadaimprensalivre.com ou siro.darlan@tribunadaimprensalivre.com
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