Por Miranda Sá –
“A televisão é a maior maravilha da ciência a serviço da imbecilidade humana…” (Barão de Itararé)
É muito forte a palavra Imbecilidade, definida gramaticalmente como substantivo feminino, originária do latim “imbecillitas.atis”, desprovido de inteligência, senso ou tino; leva a Imbecil, também de etimologia latina “imbecille”, pessoa apalermada, idiota, tola.
A psiquiatria define “imbecilidade” como a condição de pessoal cuja idade mental é a de uma criança entre três e sete anos; e coloquialmente o povão usa como burrice, ações e comportamento de um idiota.
O jornalista e humorista gaúcho Apparício Torelly, conhecido nas rodas intelectuais do Rio de Janeiro como Apporelly e/ou pelo título de nobreza assumido, Barão de Itararé, viu a televisão nos seus primórdios, e revoltou-se com as chanchadas que apareceram inicialmente. Exagerou na definição.
Se vivesse nos dias atuais possivelmente mudaria de opinião, sem generalizar, embora – com toda razão -, destacasse possivelmente a imbecilidade de alguns canais televisivos que insistem em fazer os usuários de idiotas.
Se acessasse Smithsonian Channel, a National Geographic ou International BBC Television Channels, não pensaria da mesma forma.
Por outro lado, vemos os canais History e Discovery se esforçando em se pôr a serviço da “imbecilidade humana”. Tendo como tema o Alasca, abundam versões brasileiras das idiotices que agradam a audiência norte-americana, parecendo exibições comerciais para atrair tolos.
É possível que possa atrair a massa ignara sempre disposta ao entretenimento diversionista. Há panaca para tudo que é passatempo; mas creio que – independente da escolaridade -, a intelligentsia brasileira é mais exigente. O povão é esperto e gosta de aprender.
O que não pode é aceitar a exibição repetitiva de dezenas de filmetes sobre o Alasca, limitados e dirigidos apenas para a curiosidade de um público desprovido de informação ou apaixonado por tudo o que se relaciona com os Estados Unidos.
Enumerei alguns programas que realmente estão no subsolo do edifício QI. Começa com “Alasca, a Última Fronteira”, se repete com “Alasca ao Extremo” e com “Construções Remotas no Alasca”… Depois tem “Perdidos no Alasca” e, se não bastasse, “isolados no Alasca”. Para quem gosta de suspense, “O Misterioso Triângulo do Alasca”, “Alasca, Perigo no Ar”….
Tem “Por Dentro do Alasca” e lá “A Grande Família do Alasca”, divertindo-se na “Festa no Alasca” com “Corridas de Cachorros no Alasca”, “Bullins Alasca” e aos que gostam de construções, “Megamáquinas do Alasca”. “Trilhos do Alasca” são para ver-se a paisagem gelada de lá, “Alasca em Grande Estilo”…
Desculpem meus fiéis seguidores pela limitação a somente este “Show do Alasca”; quem recolher outros em dezenas deles, me avisem de qual canal extraíram, para que eu não o acesse…
MIRANDA SÁ – Jornalista, blogueiro e colunista do jornal Tribuna da Imprensa Livre. Trabalhou em alguns dos principais veículos de comunicação do país como a Editora Abril, as Organizações Globo e o Jornal Correio da Manhã. Recebeu dezenas de prêmios em função da sua atividade na imprensa, como o Esso e o Profissionais do Ano, da Rede Globo.
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