Por Bolivar Meirelles –
Bom Lincoln Penna… Até acho que deveria ser aumentada a identificação de mitos na história brasileira.
Observo que Getúlio Vargas é um desses casos, torturador emérito. Getúlio ao, covardemente, dar um tiro no peito, medo de cadeia claro, “saiu da vida para entrar na história”… já tinha entrado. Não podemos entender admiradores de Luiz Carlos Prestes, Gregório Bezerra, Apolônio de Carvalho, serem admiradores de Getúlio Vargas. Ora, de golpista de 1930 e de 1937 também, essa execrável figura do Estado Novo, nome buscado na ditadura de Salazar, em Portugal, surge para alguns ditos de “esquerda”, como revolucionário e como herói. Nenhum nem outro. Com a tríade militar (Dutra, Góes Monteiro e Filinto Muller) torturou verdadeiros revolucionários (a revolução Socialista Soviética já havia se dado no mundo) ou Prestes ou Getúlio, os dois não dá. Um, Getúlio, é mito, falso, o outro representa a revolução. Não dá para glorificar Gregório Bezerra, Apolônio de Carvalho, os que lutaram com os Republicanos na Guerra Civil Espanhola e os facínoras Getúlio Vargas, Dutra, Góis Monteiro e Filinto Muller. Escolher e assumir faz parte perante a história. Bom Lincoln Penna, esse seu texto sobre “mitos e cafajestes” mais argumento trouxe a mim na denúncia sistemática que faço ao Estado Novo brasileiro. Dois Golpes de Estado, em 1930 e em 1937.
Revolucionário foi, mesmo com o equívoco tático do levante de Natal, Recife e Rio de Janeiro, em 1935, a sinalização deles ao mundo antifascista e socialista, esses sim, revolucionários.
O Estado Novo brasileiro, os Governos Militares Ditatoriais implantados no pós Golpe de Estado de 1964, foram exercícios práticos da extrema direita. Tortura e, com Getúlio, articulação com a Gestapo de Hitler. Bolsonaro, seguidor desses preliminares e, explícito fã de Hitler. Ser nacionalista ou entreguista, não desfaz o autoritário, propagandista ou explícito torturador. Hitler e Mussolini eram, excessivamente, nacionalistas. Getúlio um pendular, até quando eleito, pressionado por militares em seu Clube e civis em Clubes e Associações, inclusive, também. Assina o Monopólio Estatal do Petróleo mas o Acordo Militar Brasil Estados Unidos inclusive. Herói do nada, nem Getúlio Vargas, nem os Generais Golpistas dos Governos Militares e nem esse mito para alguns reacionários de hoje, o Jair Bolsonaro. Covardia a “mãos cheias”, desses três conjuntos. Mito é falso. Um bom serviço que Getúlio Vargas prestou foi a sua covardia, atirou um tiro no próprio peito e reverteu o Golpe de Estado armado em agosto de 1954. A carta que deixou, ninguém sabe, certamente, se foi da autoria do Presidente suicida.
Assim caminha a história com suas verdades e com mitos e mistificações a serem explicitadas.
BOLIVAR MARINHO SOARES DE MEIRELLES – General de Brigada Reformado, Cientista Social, Colunista do jornal Tribuna da Imprensa Livre, Mestre em Administração Pública, Doutor em Ciências em Engenharia de Produção, Pós Doutor em História Política, Presidente da Casa da América Latina.
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