Por Iata Anderson –
Cansei de repetir algumas teorias mas sinto, às vezes, um sopro de alegria, quando uma delas aparece ou reaparece, sabe-se lá de onde venha.
Clássico não tem favorito é uma das minhas favoritas, por ela discuti muitas vezes. De repente, no Maracanã, o mais antigo dos “derbies” surge do nada para sustentar o que sempre defendi. Não para minha surpresa pois vi, esse mesmo time alvinegro derrotar, com uma equipe reserva, o poderoso Flamengo de Zico por 1×0. Agora foi a vez do invicto e líder Fluminense, que não repetiu o futebol belíssimo que faz apontá-lo como o mais bonito do futebol Brasileiro. Uma derrapagem fora da curva, se poderia dizer. Não sei, mas ficou evidente que não se despreza um time com a história do Botafogo que foi, num período glorioso, melhor do Brasil, dividindo com o time de Pelé. Continua sendo uma camisa pesadíssima que se não assusta merece respeito. Foi uma vitória de quem buscou os três pontos com vontade, disposição e velocidade, tão carente no futebol brasileiro. Lances isolados decidiram o “clássico vovô”, a começar pela defesa de um pênalti batido por Calegari – por que não PH Ganso, batedor oficial ? – espalmando para o lado direito. Ali começou a construir o título de melhor em campo, com outras defesas difíceis e importantes. Tchê Tchê, que já foi protagonista no futebol brasileiro, deu uma de Gerson, o “canhotinha de ouro” que encantou o mundo como um dos melhores lançadores da história. De seu campo, mandou por cima da defesa tricolor para a velocidade de Victor Sá decidir o jogo. Mais um lance de velocidade, que tanta falta faz ao futebol brasileiro, principalmente na seleção, deixou Carlos Alberto de cara com o Fabio, que se “espalhou” em campo e defendeu com a cabeça, lance para ter “matado” o jogo. O Fluminense não fez uma grande partida mas ficou longe do que vem apresentando faz muito tempo. A torcida tricolor sentiu falta do Tic Taca tão bonito que Diniz desenvolveu tão bem.
Como curiosidade Fluminense x Botafogo fazem o clássico mais antigo do futebol brasileiro, desde 22 de outubro de 1905 quando os tricolores golearam por 6×0, jogo amistoso. No continente é o terceiro mais antigo, atrás de Nacional x Peñarol, do Uruguai, e Rosario Central x Newell’s Old Boys, da Argentina.
A Supercopa do Brasil foi decidida em favor do Palmeiras, por 4×3, dois de pênalti, muitas falhas, arbitragem complicada de Wilton Pereira Sampaio, um Daronco mais baixo que atrai fluidos negativos em quase todos os jogos que apita. Trabalhou em quatro partidas no mundial do Catar, tudo bem, lá os caras se respeitam, facilitam o trabalho. E árbitro não pode tomar tanto tempo de quem quer falar sobre um jogo. Ele fez isso. Fico na dúvida se foi um grande jogo ou uma baita pelada de sábado. Não sei. Nas minhas pesquisas um 7×6 do Santos sobre o Palmeiras foi o maior jogo realizado no Brasil, com várias “viradas”, a última comandada por Pelé, quase homenageado em Brasília. Poderiam ter evitado aquele vexame para quem tanto fez pelo futebol. Campo neutro, uma vez mais, uma tendência mundial, não sei se as cotas valem o sacrifício. Deve valer. Dizem que estavam em campo as duas melhores equipes do Brasil, não concordo, tem o Fluminense que joga mais bonito que os dois. Repito”, “joga mais bonito”, se melhorar fica quase imbatível, questão de tempo. O Palmeiras é um time – grupo – muito bom, vem ganhando títulos, sempre chegando às finais. O Flamengo está, em campo, muito abaixo do que parece no papel, súper badalado, que perdeu muito com a saída do João Gomes, pedindo passagem para o lugar da Casemiro, na seleção. Não me empolga o futebol do Gerson, muito individual e lento. O mesmo defeito de Gabigol, Pedro, Arrascaeta, Maia e Everton Ribeiro. Erram mais que acertam. Perdeu porque não sabe ganhar determinados jogos, se acomoda, não “mata”, como faziam Zico e seu time de 1980. Relaxou no 1×0, ficou desatento, tomou a virada e poderiam ter terminado mais cedo se o Palmeiras forçasse contra-ataques, contra uma defesa lenta, insegura, às vezes salva pelo excelente goleiro Santos. O único velocista – e como faz falta – está se recuperando faz muito temo e ninguém sabe quando volta.
Antes do mandar o Real Madrid, que vem de duas “remontadas” se cuidar, os dirigentes do Flamengo deveriam mandar o técnico treinar mais para segurar o melhor time da Europa em recomposição de bola e ataque em velocidade. Mesmo com Benzema em péssima fase.
Não bastasse o péssimo nível das transmissões, as imagens ficam comprometidas pela baixa qualidade e uma inserção absolutamente desnecessária, inoportuna e poluente de um logo da Federação, antes e depois (que fosse uma vez, vá lá) das repetições dos principais lances. A BAND está se esmerando em produzir bobagens e desinformação, nada novo no canal. No jornal que antecede aos jogos, o anuncio das transmissões é “a partir de nove horas”, o que, convenhamos, não é informação. O jogo é às 21 horas e jornada de transmissão pode começar a qualquer hora, pouco importa, o que vale, para o torcedor é a hora da bola rolando para se programar no trabalho, na Faculdade, onde houver um compromisso.
IATA ANDERSON – Jornalista profissional, titular da coluna “Tribuna dos Esportes”. Trabalhou em alguns dos principais veículos de comunicação do país como as Organizações Globo, TV Manchete e Tupi; Atuou em três Copas do Mundo, um Mundial de Clubes, duas Olimpíadas e todos os Campeonatos Brasileiros, desde 1971.
Envie seu texto para mazola@tribunadaimprensalivre.com ou siro.darlan@tribunadaimprensalivre.com
PATROCÍNIO
Tribuna recomenda!
MAZOLA
Related posts
Editorias
- Cidades
- Colunistas
- Correspondentes
- Cultura
- Destaques
- DIREITOS HUMANOS
- Economia
- Editorial
- ESPECIAL
- Esportes
- Franquias
- Gastronomia
- Geral
- Internacional
- Justiça
- LGBTQIA+
- Memória
- Opinião
- Política
- Prêmio
- Regulamentação de Jogos
- Sindical
- Tribuna da Nutrição
- TRIBUNA DA REVOLUÇÃO AGRÁRIA
- TRIBUNA DA SAÚDE
- TRIBUNA DAS COMUNIDADES
- TRIBUNA DO MEIO AMBIENTE
- TRIBUNA DO POVO
- TRIBUNA DOS ANIMAIS
- TRIBUNA DOS ESPORTES
- TRIBUNA DOS JUÍZES DEMOCRATAS
- Tribuna na TV
- Turismo