Por Iata Anderson –
O Palmeiras mantém a distância para o segundo colocado, Fla e Flu se revezando, aliás, os dois únicos que podem tirar o título do Verdão, embora eu considere muito difícil que a taça não vá para São Paulo. Mesmo achando que seu treinador poderia fazer um rodízio, usado em todos os cantos do mundo, mais apurado, penso que ninguém melhor que ele para avaliar seu elenco, considerando as informações científicas que recebe de seus companheiros de comissão técnica. O Flamengo poderia ter dado uma boa mexida na tabela, baixando para seis pontos a distância para ele, caso vencesse o jogo, aproximando também o Fluminense do líder, mas seu treinador optou por escalar um time misto – outro caso de avaliação – novo componente na estrutura de planejamento para diversas competições paralelas.
Será assim, daqui por diante, para quem quiser permanecer nas primeiras prateleiras.
O Real Madrid começou a temporada envolvido em seis competições, ganhou a primeira, Supercopa da Europa, apenas um jogo, vai ao mundial de clubes, dois jogos, Copa da Espanha que pode chegar a quatro jogos, Liga Espanhola (39 partidas), Copa do Rei, Copa da Espanha e Champions que pode ter até 13 jogos. É a globalização do futebol, que só pode enfrentar que tiver muito dinheiro em caixa, ou tenha que vender seu futebol, como tem acontecido mundo afora.
Acho um absurdo o que técnicos, no mundo inteiro, estão fazendo com seus jogadores, tirando deles a principal arma, jogar pelo lado certo do campo, como faziam Garrincha, Julinho, Canhoteiro, Pepe, Dorval, Joel (Flamengo), Amarildo, Gento, Zagallo e tantos outros, mundo afora, a lista é muito grande. Inventaram de inverter as posições, algumas deram certo, para alguns gênios, como Maradona, na copa do mundo de 1986, Aren Robben, na Holanda e Real Madrid, mais uma meia dúzia. Me incomoda ver jogadores “tortos” em campo, sendo mal aproveitados, perdendo gol por mal posicionamento. Gabriel, no Flamengo, é um caso – tirei até o gol do nome – típico de jogador que não pode atuar fora de posição. Sua canhota só serve, como de Everton Ribeiro, para pegar o bonde, como não existe mais bonde não serve para nada. Mesmo assim, o Flamengo fez uma grande partida contra o Athletico PR e passou para a semifinal da Copa do Brasil, graças a um cruzamento pela direita, de um jogador destro, “na sua”, por sinal, de Rodinei, o melhor em campo, UMA VEZ MAIS. Outros foram mal feitos por erro de posicionamento. Os treinadores seguem a moda, pouco importa o resultado, na prática. Menos mal que aboliram o corner em dois toques, coisa sem nenhum sentido, porque um dia alguém, inadvertidamente fez, e foi copiado, virou “moda”, como beber água, ou pegar a garrafinha e fingir sede.
Não sei até onde vai chegar a mediocridade da televisão esportiva, em todos os sentidos. Narradores estão “fazendo” jogo como se fossem de rádio, comentaristas não sabem nada, começando pelo 4-1-4-1, que não existe, tentaram criar esse monstro – em São Paulo – que não resiste a cinco minutos de discussão, está feito o desafio. Outros usam um idioma particular, cheio de neologismos que ficarão pelo caminho, como “jogador espetado”, “jogador de banda”, “orelha da bola”, “bola fatiada” (um dia pensei que estavam narrando um churrasco), “pé na área” (alguém ficam na área sem os pés ?) , “marcação alta”, marcação baixa”, (seriam helicópteros ?), “profundidade” (seria um poço ?) “jogador vertical” (seria um foguete ?), e muito mais. Torcedor quer sabem por que seu time está perdendo ou ganhou, isso eles não dizem porque não “enxergam” o jogo, o que se passa no “gramado rápido” (alguém já viu um gramado correndo ?).
O Náutico vencia o Vila Nova por 1×0, sexta-feira, à noite, em casa, quando seu meia, número 10, fez um péssimo lançamento e jogou-se ao gramado, quando viu que o adversário armou o contra-ataque. Jean Pierre Gonçalves Lima, o árbitro, viu o lance e deixou seguir, até terminar em gol, 1×1. Claro, o pessoal do Náutico partiu para a tradicional “blitz”, quando deveria reclamar de seu jogador que deixou o jogo para simular qualquer coisa, sabe-se lá o que passa na cabeça de determinados jogadores. O Sportv, uma vez mais, silenciou. Aos 91’ o zagueiro, que havia feito gol contra (0x1), fez, de cabeça o gol da vitória do Vila Nova, passe de arremesso lateral. Jean Pierre não quis marcar um pênalti para o Náutico, que acabou pegando a “lanterninha” da série B.
O futebol está assim, cheio de gente chata jogando, narrando e comentando, tirando o brilho do esporte mais popular do planeta.
Luka Modric deixou o gramado do Balaídos aos 77 minutos de jogo e muitos torcedores aplaudiram de pé o meia croata de 36 anos (faz 37 em 9 de setembro), ovacionado como se fora jogador local. Sabe-se que nasceu em Zadar, Crioácia, com futebol de outro planeta. Um dos melhores meio-campistas da história, maior de seu país, Modric continua com futebol de altíssimo nível, contrato renovado por mais uma temporada, podendo renovar por mais uma, pelo belíssimo futebol que vem apresentando desde que chegou a Madrid no verão de 2012. Modric fez um dos gols mais bonitos de sua carreira, segundo do time, lançou Vinicius Jr para fazer o terceiro e manteve o padrão altíssimo até ser substituído. Foi a primeira partida do Real sem Casemiro, transferido para o Manchester United, importante e vencedor desde que chegou a Madrid, aos 20 anos, em 2013. Formou com Modric e Kroos um dos mais fantásticos meio-campo dos merengues, da Espanha e do mundo.
Ganhou 18 títulos, entre eles 5 Champions e 3 mundiais de clubes. “El Real Madrid quiere expresar su agradecimiento y su cariño a Casemiro, un jugador que ya forma parte de la leyenda de este club”, disse o presidente Florentino Perez. A despedida oficial será nesta segunda-feira, no estádio Santiago Bernabéu.
IATA ANDERSON – Jornalista profissional, titular da coluna “Tribuna dos Esportes”. Trabalhou em alguns dos principais veículos de comunicação do país como as Organizações Globo, TV Manchete e Tupi; Atuou em três Copas do Mundo, um Mundial de Clubes, duas Olimpíadas e todos os Campeonatos Brasileiros, desde 1971.
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