Redação

Acontecimentos envolvendo a defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nos últimos dois dias dispararam um alerta entre as pessoas mais próximas do petista. Na quinta-feira, dia 22, o escritório Teixeira Martins, responsável pela defesa do ex-presidente nos processos referentes à Operação Lava Jato, demitiu todos os advogados do departamento de direito criminal, setor que cuidava dos casos envolvendo Lula.  Segundo relatos, um dos advogados do departamento criminal enviou, em nome de todos os colegas, uma mensagem aos donos do escritório reclamando das condições de trabalho.

A reação dos sócios foi demitir o autor do e-mail. Os demais integrantes do departamento saíram em defesa do colega e pediram uma reunião com os chefes, mas foram surpreendidos com a demissão de um por um dos cinco advogados e todos os estagiários que cuidavam dos processos criminais do escritório. O escritório foi procurado por meio da assessoria de imprensa, mas não respondeu até a publicação desta reportagem.  Advogados e políticos próximos a Lula estão  preocupados em relação ao futuro da defesa do petista.

Segundo eles, os demitidos são a “memória” criminal do escritório. Alguns deles trabalhavam há mais de três anos quase exclusivamente nos processos que envolvem o ex-presidente.  Aliados de Lula lembram que a qualquer momento o Supremo Tribunal Federal (STF) pode pautar o julgamento de ações que podem levar à liberdade do petista, preso desde abril do ano passado na superintendência da Polícia Federal em Curitiba depois de ser condenado em segunda instância por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do tríplex do Guarujá.

Pessoas próximas ao petista lembram também que o Tribunal Regional Federal da Quarta Região (TRF-4) também está prestes a julgar o caso do sítio em Atibaia, no qual Lula já foi condenado em primeira instância. Nesta sexta-feira, a Polícia Federal tentou fazer uma busca e apreensão no escritório do advogado José Roberto Batochio, mas foi impedida pela Justiça. Batochio é, agora, o único especialista em direito criminal a integrar a defesa de Lula. Em julho do ano passado, o ex-ministro do STF Sepúlveda Pertence deixou a defesa do ex-presidente depois de divergências com o titular da causa, Cristiano Zanin Martins. Zanin, que é genro do dono do escritório, Roberto Teixeira, é especializado em direito civil.  (fonte: Estadão)