Por Pedro do Coutto –
Foi surpreendente o avanço do Produto Interno Bruto do Brasil em 1,4% no segundo trimestre deste ano. O resultado veio em linha com as expectativas do mercado, que esperava um crescimento de 0,9% no período. O resultado foi divulgado nesta terça-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo o instituto, os setores de Serviços (1,0%) e Indústria (1,8%) contribuíram para o dado positivo, ainda que a Agropecuária tenha recuado 2,3% no período.
Pela ótica da demanda, na mesma comparação, houve altas em três componentes: o Consumo das Famílias e o Consumo do Governo cresceram à mesma taxa (1,3%, ambos) e a Formação Bruta de Capital Fixo subiu 2,1%.
DESTAQUE – Em valores correntes, o PIB totalizou R$ 2,9 trilhões no trimestre. A coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis, avalia que “com o fim do protagonismo da Agropecuária, a Indústria se destacou nesse trimestre, em especial na Eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos e na Construção”.
O resultado do segundo trimestre foi o mais forte desde o quarto trimestre de 2020, período de recuperação da pandemia de Covid-19, quando o PIB cresceu 3,7% na comparação trimestral, e ficou acima da expectativa em pesquisa da Reuters de 0,9%. Na comparação com o segundo trimestre de 2023, o PIB teve avanço de 3,3%, contra expectativa de 2,7%.
A economia brasileira vem apresentando ganhos graças a um mercado de trabalho aquecido, aumento da renda e inflação controlada, o que favorece o consumo. No entanto, o Banco Central suspendeu o afrouxamento monetário, e a expectativa é de que a taxa básica de juros termine este ano no nível atual de 10,5%, com alguns economistas prevendo aumento.
ALERTA – O próprio ministro da Fazenda, Fernando Haddad, alertou para o risco de pressões inflacionárias, frisando a necessidade de aumento da capacidade instalada em meio à aceleração da atividade.
Embora inundações no Rio Grande do Sul tenham afetado safras agrícolas, indústrias e a logística no Estado, resultados melhores do que o esperado das atividades destacaram a resiliência da atividade como um todo, com analistas avaliando que os impactos negativos foram menores que o esperado.
O crescimento do PIB tem que se refletir não só no consumo, mas nas condições de vida da população. Portanto, é um caso para ser analisado com cuidado e racionalismo, pois às vezes o crescimento econômico pode enganar na sua escala, não refletindo nos efeitos práticos. O crescimento de 1,4% no segundo semestre é algo fantástico, inclusive porque tem que ser projetado o avanço de toda a economia.
Temos que ver o acompanhamento nos próximos meses dos efeitos concretos que o crescimento acarretou.
PEDRO DO COUTTO é jornalista.
Enviado por André Cardoso – Rio de Janeiro (RJ). Envie seu texto para mazola@tribunadaimprensalivre.com ou siro.darlan@tribunadaimprensalivre.com
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