Por Miranda Sá –
Ouvi uma anedota outro dia pouco evangélica; evoca o Demônio, o mito que aparece com expressões e nomes diversos, sendo uma figura universal, conforme analisa o estudioso do assunto, o professor Mateus Soares de Azevedo (USP).
A piada fala do Demônio, seja como anjo mau, belzebu, cão, chifrudo, diabo, lúcifer, maldito ou satanás. Conta que São Pedro, caminhando ao lado de Jesus, assistiu uma briga de um Fariseu (o político de então) com o Demônio; irritado com ambos contundentes, pegou a espada e decepou a cabeça dos dois….
“Cristo, piedoso, repreende o apóstolo pela violência praticada: – “Agiste mal, meu caro amigo”, disse, e se afastou. Pedro, constrangido, voltou e recolocou as duas cabeças nos corpos caídos; retornando ao lado do Mestre, confessou constrangido que apressado para reparar o erro, pôs no tronco do Demônio a cabeça do Fariseu, e vice-versa….
“Na sua divina sabedoria, Cristo tranquilizou-o: – “Não faz mal. A troca não é grave, deixe as coisas como ficaram”.
É por isto que os políticos têm o Diabo na cabeça; e lembramos Nelson Rodrigues que se recusava a acreditar nos políticos, até mesmo dos mais simpáticos. Ele não pensava sozinho, muitos veem assim. No campo da política, os malefícios dos parlamentares, executivos e juízes são inegáveis.
Não é, porém, coisa dos nossos dias; vem da remota antiguidade o Espírito do Mal tentando as pessoas: no Gênesis (6: 5 e 8:21) está escrito: “a imaginação do coração do homem [é] o mal”, tirando-se daí o conceito de que é demoníaca a disposição de certas pessoas em fazer o mal, violando a vontade de Deus.
Na Mitologia greco-romana o Demônio foi visto como um espírito sobrenatural que personificava uma natureza entre a mortal e a divina, e estimulava os humanos a cometer desatinos.
A visão judaico-islâmica vê satanás como um ente subalterno a Deus; segundo o Velho Testamento e o Alcorão os diabos surgiram no sexto dia da Criação para coexistir com os seres humanos.
O budismo vê o diabo como uma entidade adversa à divindade de Buda, Mara, que representa a ilusão; foi aquela figura que tentou conquistar o príncipe Sidarta, “oferecendo-lhe lindas mulheres” que nas lendas são suas filhas. No hinduísmo, o diabo não vingou; tentou se achegar aos humanos, mas foi derrotado por Vishnu, o seu deus principal.
O taoísmo guarda a herança da antiga Pérsia, o dualismo do bem e do mal; os taoístas creem no confronto do bem e do mal, do Espírito da Luz com a Sombra das Trevas.
Como vimos, o Demônio passeia de formas variadas no catolicismo, no judaísmo, no islamismo, no hinduísmo, no budismo e no taoísmo; sendo que no Ocidente, a tradição cristã vem do Apocalipse, que descreve a guerra no céu, quando “200 anjos” liderados por Lúcifer, se rebelaram contra Deus… E derrotados pelo Arcanjo Miguel foram expulsos.
No Reino Celestial, Lúcifer chamava-se Samuel e se sentava ao lado de Deus; “era perfeito, sábio e formoso, mas sua ambição levou-o a se revoltar e pretender sentar-se no Trono” (Ez 28:15, Ez 28:17); a sua qualificação como “Demônio” está dicionarizada.
Como verbete, é um substantivo masculino de etimologia grega (daimon), chegando ao brasilês através do latim vulgar, (daemonium), designando o anjo caído que lutou contra Deus e instiga a perdição da humanidade.
Há uma versão de que os 200 anjos castigados pela intenção do mal são exorcizados pelos rabinos judaicos; na Geografia Católica, pelos padres, e, no Reformismo inglês e norte-americano pelos pastores anglicanos, batistas e evangélicos.
São muito poucos os que ficaram naqueles hemisférios; quase todos vieram para o Brasil e aqui se acomodaram com as bênçãos do 5TF. Infiltraram-se satanicamente como bolsonaristas e lulopetistas, fazendo com os seus malefícios o Brasil o único lugar do mundo onde há torcidas organizadas para a corrupção e o golpismo.
Estes demônios impõem aos brasileiros uma demoníaca polarização, farsa ideológica que está levando a nossa Nação para o caos.
MIRANDA SÁ – Jornalista profissional, blogueiro, colunista e diretor executivo do jornal Tribuna da Imprensa Livre; Trabalhou em alguns dos principais veículos de comunicação do país como a Editora Abril, as Organizações Globo e o Jornal Correio da Manhã; Recebeu dezenas de prêmios em função da sua atividade na imprensa, como o Esso e o Profissionais do Ano, da Rede Globo. mirandasa@uol.com.br
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