Por Jeferson Miola –
Janja Lula da Silva, esposa do presidente Lula, revelou o estado desolador em que a escória fascista-miliciana deixou o Palácio da Alvorada, a residência oficial da Presidência do Brasil.
Um dos mais importantes monumentos projetados pelo arquiteto Oscar Niemeyer, o Alvorada faz parte do patrimônio histórico e artístico nacional e integra o conjunto de obras que alçaram Brasília à condição de patrimônio da humanidade pela UNESCO.
Em entrevista concedida a Natuza Nery, da Globo News, se é possível ver o retrato fiel do significado da destruição fascista – [link do vídeo da entrevista-reportagem].
O inventário final ainda está por ser elaborado pelo governo, mas o que foi encontrado é estarrecedor.
Existem partes do piso de jacarandá apodrecidas, infiltrações de água de chuva no teto, vidros de janelas rachados, móveis antigos com lascas na madeira, poltronas rasgadas, tapetes esburacados e sem reparo.
A obra “Músicos”, de Di Cavalcanti, concebida especialmente para integrar a arte com a arquitetura da “capital modernista” do país, foi danificada, está com partes desbotadas. Isso ocorreu devido à remoção da Biblioteca do Palácio, seu local original, para ser instalada em sala inadequada, onde padeceu da incidência direta de sol.
Imagem sacra do século XIX foi encontrada abandonada no chão. Móveis, utensílios, objetos e obras de arte foram tratados com desprezo e descuido, e precisarão ser recuperados e restaurados.
Ambientes cerimoniais e de estar do Alvorada, amplos e espaçosos, foram encontrados vazios, ou com poucos móveis; ou, ainda, com móveis inadequados.
Parte significativa do mobiliário original do Palácio, que pertence ao patrimônio da União e foi projetado especificamente para o local, está desaparecido, e não foram encontrados registros do destino das peças sumidas.
Árvores nativas do Brasil, plantadas por Lula e e Dona Marisa, foram simplesmente derrubadas.
Não se trata apenas de descuido, desatenção, desleixo, abandono, ignorância ou relaxamento em relação a este importante edifício histórico-artístico-cultural do povo brasileiro. A dilapidação constatada mostra que o Alvorada foi mais uma vítima do ódio e da destruição fascista.
O estado desolador em que o Palácio do Alvorada foi deixado é o retrato fiel do ódio à arte, do ódio à história, do ódio à beleza, à Ilustração, à laicidade; do ódio à cultura, à espiritualidade, à religiosidade, à criatividade; do ódio à República.
A destruição do Alvorada é, enfim, um monumento do ódio fascista à vida, à democracia, à civilização.
O estado em que o Alvorada foi encontrado é um inventário da barbárie intelectual e da miséria humana que conforma a cosmovisão da escória fascista. É um inventário da ameaça aterrorizante do risco de avanço fascista que Lula nos livrou.
JEFERSON MIOLA – Jornalista e colunista desta Tribuna da Imprensa Livre. Integrante do Instituto de Debates, Estudos e Alternativas de Porto Alegre (Idea), foi coordenador-executivo do 5º Fórum Social Mundial.
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