Por Miranda Sá

Aprendi que para falar de mágica deve-se distingui-la da alquimia, a parteira da química moderna; embora ambas contrariem as leis da Natureza. Uma é exercida pelo ritual do ilusionismo e dos truques obtidos na prestidigitação, e a outra é relacionada pela busca e descoberta de valores materiais e vitais

A magia é a arte de criar a ilusão por meio de agilidade motora das mãos ou da desatenção para iludir os espectadores. Confundir a aplicação da magia com o empreendimento alquímico foi coisa de Louis Pauwels e Jacques Bergier na sua introdução ao realismo fantástico com o livro “O Despertar dos Mágicos”, de 1960.

Uma leitura no livro leva-nos a um caminho sem volta, porque fascina e faz pensar. Entre suas afirmações traz Isaac Newton e a sua famosa frase em resposta a um elogio: – “Se vi mais longe, foi por estar de pé sobre ombros de gigantes”. Segundo biógrafos e estudiosos da vida do físico inglês a referência leva aos antigos sábios da Grécia e de Roma, principalmente Aristóteles, de quem Newton guardava profunda admiração.

Temos também a curiosa diretriz de Bergier com vista aos alquimistas, suas pesquisas ocultas e o silêncio em torno das descobertas; refere-se a uma carta de Eugène Canseliet dizendo que – “Se existe um processo que permite fabricar bombas de hidrogênio num fogão de cozinha, é francamente preferível que esse processo não seja revelado”.

Canseliet afirma que não é uma fantasia, nem gracejo, afirmando que “estou em boa posição para afirmar que é possível atingir a desintegração atômica partindo de um mineral relativamente comum e barato”.

Antecedeu à ficção cinematográfica dos transportes no tempo inventados e usados por Emmett Brown (Christopher Lloyd) no filme “De Volta para o Futuro”, protagonizado ao lado de Marty McFly (Michael J. Fox). A primeira máquina do tempo do doutor Brown foi acionada com o plutônio roubado de terroristas líbios e finalmente abastecida com o lixo das residências….

Isto, evidentemente, tanto no cinema como nos laboratórios, a alquimia não se trata do encanto da magia e dela só tem em comum ser praticada às escondidas e seus métodos mantidos sob sigilo.

É o sigilo respeitoso das pesquisas científicas sobre os fenômenos produzidos pela Natureza, ao contrário dos sigilos decretados pelos políticos corruptos quando ocupam o poder como se viu no Governo Bolsonaro e agora no Governo Lula, que polarizam na ilusória mágica eleitoral do populismo.

Isto temos assistido revoltados no desenrolar da política brasileira que parece ter como combustível a lama pútrida dos esgotos, a manipulação da propaganda e fake news, cujos objetivos levam Lula e Bolsonaro à ocupação do poder.

As práticas que deslumbram os fanáticos cultuadores de personalidades são inexplicáveis; viveram nos tempos sombrios de Mussolini, Hitler e Stálin, e renascem hoje adorando os populistas corruptos, apesar de conhecer as suas ações indecorosas e alcances criminosos aos bens públicos….

Quem se relaciona com a honestidade, com a justiça perfeita e o autêntico patriotismo foge dessas figuras imundas. Defendem o humanismo, a paz e a solidariedade seguindo o princípio básico da mágica que reza ser fundamental que não se deve repetir a ilusão criada.

Quem é verdadeiramente patriota, defensor da Democracia e da liberdade não apoia ditaduras, principalmente agora consciente das fraudes e da violência que caracterizam a ditadura Maduro, opressora do povo venezuelano.

Somos aqueles que reverenciam apenas as palavras mágicas, que são: “Bom dia; Boa tarde; Boa noite; com licença; Desculpe; Obrigado; Perdão e Por favor”.

MIRANDA SÁ – Jornalista profissional, blogueiro, colunista e diretor executivo do jornal Tribuna da Imprensa Livre; Trabalhou em alguns dos principais veículos de comunicação do país como a Editora Abril, as Organizações Globo e o Jornal Correio da Manhã; Recebeu dezenas de prêmios em função da sua atividade na imprensa, como o Esso e o Profissionais do Ano, da Rede Globo. mirandasa@uol.com.br

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