Por Luiz Carlos Prestes Filho –
Juntamente com o professor Carlos Lessa e o ex-deputado Luiz Alfredo Salomão realizei um documento (em anexo) para a campanha eleitoral de 2016. O então candidato a prefeito, Marcelo Crivella, aprovou e assinou o mesmo. Após seu posicionamento público favorável as propostas elencadas, realizamos algumas reuniões com representantes da área cultural de nossa cidade.
Uma delas em hotel do bairro de Copacabana, outra no Casarão Ameno Reseda e a terceira, na sede do partido do candidato. A segunda e a terceira foram as mais expressivas. Delas participaram artistas, produtores culturais e representantes de mais de 50 escolas de samba, inclusive do Grupo Especial.
O candidato não somente prometeu desenvolver políticas setoriais estruturantes como cantou sambas emblemáticos. Dos encontros participaram o produtor de cinema, Luiz Carlos Barreto, o economista, Carlos Lessa, e Jorge Castanheira, presidente da Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa), e muitos outros artistas, compositores, escritores, professores, lideranças e jornalistas.
Nos encontros Crivella prometeu tudo o que negaria após a sua sofrível vitória. Em especial, negaria tudo o que prometeu ao povo do samba da cidade do Rio de Janeiro.
No primeiro ano ele questionou o valor a ser repassado para as escolas de samba. Depois, começou a negar a importância dos serviços públicos que históricas agremiações realizam ao longo de todo ano em vários eventos, inclusive no Carnaval. Subvenção que teve seu início na administração do prefeito Pedro Ernesto, em 1935.
No segundo ano de mandato a Empresa Municipal de Turismo da Cidade / RioTur, cortou pela metade dos investimentos instituídos legalmente. No terceiro ano, fez mais um violento corte. No quarto ano anunciou que o governo municipal não alocaria mais recursos para as escolas de samba que desfilam no sambódromo. Investiria somente naquelas menores que atravessam a Estrada Intendente Magalhães, no Campinho. Demagogia pura!
O carnaval da cidade maravilhosa, nos últimos 10 anos, todo ano recebeu regularmente 1 milhão de turistas e movimentou uma média de U$1 bilhão de dólares. Gerou trabalho e renda para mais de 100 mil pessoas todo ano.
Contribuiu para o fortalecimento das cadeias produtivas do turismo e da alimentação, do transporte aéreo e terrestre, do entretenimento e de bebidas, entre outras. As pesquisas realizadas pela Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ), Serviço de Apoio a Micro e Pequena Empresa (Sebrae/RJ), Fundação Getúlio Vargas (FGV) e Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) demonstraram que o carnaval é potente indutor de desenvolvimento social e econômico. Indutor maior do que a Copa do Mundo de Futebol e os Jogos Olímpicos.
Nenhum argumento valeu na defesa do carnaval nos últimos quatro anos.
O prefeito Marcelo Crivella fez de tudo para destruir uma manifestação cultural que representa o Brasil no mundo. Rasgou o documento assinado (abaixo), traiu as promessas de campanha. Traiu o saudoso economista Carlos Lessa.
LUIZ CARLOS PRESTES FILHO – Cineasta, formado na antiga União Soviética. Especialista em Economia da Cultura e Desenvolvimento Econômico Local, diretor executivo do jornal Tribuna da Imprensa Livre. Coordenou estudos sobre a contribuição da Cultura para o PIB do Estado do Rio de Janeiro (2002) e sobre as cadeias produtivas da Economia da Música (2005) e do Carnaval (2009). É autor do livro “O Maior Espetáculo da Terra – 30 anos do Sambódromo” (2015).
MAZOLA
Related posts
Editorias
- Cidades
- Colunistas
- Correspondentes
- Cultura
- Destaques
- DIREITOS HUMANOS
- Economia
- Editorial
- ESPECIAL
- Esportes
- Franquias
- Gastronomia
- Geral
- Internacional
- Justiça
- LGBTQIA+
- Memória
- Opinião
- Política
- Prêmio
- Regulamentação de Jogos
- Sindical
- Tribuna da Nutrição
- TRIBUNA DA REVOLUÇÃO AGRÁRIA
- TRIBUNA DA SAÚDE
- TRIBUNA DAS COMUNIDADES
- TRIBUNA DO MEIO AMBIENTE
- TRIBUNA DO POVO
- TRIBUNA DOS ANIMAIS
- TRIBUNA DOS ESPORTES
- TRIBUNA DOS JUÍZES DEMOCRATAS
- Tribuna na TV
- Turismo