Por Pedro do Coutto –
Faltando pouco mais de três meses para as eleições americanas, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, enfrenta pressões tanto internas quanto externas em sua campanha. O democrata, de 81 anos, é o mais velho a ocupar a Casa Branca. Sua idade avançada e dúvidas sobre sua capacidade cognitiva e mental preocupam seus apoiadores. Para os republicanos, essa fragilidade pode ser o trunfo necessário para vencer a eleição de novembro, especialmente após o ataque a Trump neste sábado, que sempre influi no eleitorado.
A pressão aumentou após Biden apresentar um desempenho fraco no debate contra Donald Trump. Biden teve dificuldades em completar raciocínios, gaguejou e se perdeu em diversos momentos. A atuação de Biden resultou em uma onda de críticas da imprensa. O New York Times publicou um editorial sugerindo que ele desistisse da reeleição. Alguns deputados e senadores democratas também apoiaram essa ideia, defendendo que ele fosse substituído por outro candidato.
ABALOS – Biden afirmou que o debate foi apenas “uma noite ruim”, mas foi pressionado por apoiadores e patrocinadores de campanha a reconsiderar sua candidatura. Os deslizes de Biden têm se tornado cada vez mais frequentes. Na semana passada, ele cometeu mais duas gafes consecutivas: chamou o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, de “Putin” e confundiu a vice-presidente Kamala Harris com Trump.
Caso seja reeleito, Biden terá 86 anos ao fim de seu mandato. Kamala Harris é a favorita para substituí-lo caso ele desista de tentar a reeleição. No entanto, Biden descartou essa possibilidade, afirmando ser o “mais qualificado” para vencer Trump. O próximo debate presidencial, organizado pela ABC News, está marcado para 10 de setembro, e a eleição ocorrerá em 5 de novembro. Outro desempenho desanimador de Biden pode custar-lhe a Casa Branca.
Paralelamente, há também pressões para que Biden mantenha sua candidatura e enfrente Donald Trump nas urnas. A situação não é favorável aos democratas diante das divisões internas. Os que defendem a desistência de Biden baseiam-se na hipótese de surgir um candidato independente, o que poderia inviabilizar a candidatura de Joe Biden, mas isso também enfraqueceria o partido.
Portanto, o quadro permanece indefinido.
PEDRO DO COUTTO é jornalista.
Enviado por André Cardoso – Rio de Janeiro (RJ). Envie seu texto para mazola@tribunadaimprensalivre.com ou siro.darlan@tribunadaimprensalivre.com
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