Por Miranda Sá

Fu-Xi, foi um filósofo que se tornou imperador de China nos três mil anos a.C…

Há discussões sobre ele tenha existido realmente ou se é um personagem mitológico; mas não importa: a História do Povo Chinês registra que foi Fu-Xi o inventor da escrita e o autor do estudado e citado Livro das Mutações, o I-Ching.

Esta “bíblia” chinesa ensina os métodos de cozinhar, caçar, pescar, fabricar armas de metal e fazer pólvora. Instituiu a adoração de um deus invisível, de quem apenas se ouve a voz pelo trovão, e é simbolizado como um dragão.

Para os estudiosos, estabeleceu um sistema filosófico condensado através do desenho denominado Yin-Yang, hoje conhecido no mundo inteiro. Todos conhecem o círculo que tem um “S” dividindo-o ao meio com um dos lados branco com um pontinho preto, e o outro lado é preto com um pontinho branco.

Compõe a dialética universal dos contrários do que existe na Natureza pelo princípio da dualidade, onde o positivo e o negativo se opõem e se completam, mantendo assim o equilíbrio das coisas.

No Ocidente, filósofos antigos nos trouxeram a ideia da “Mônada”, átomos da natureza que se integram também como negativos e positivos, embora sejam únicos, indissolúveis e indestrutíveis. Descartes desenvolveu esta ideia mais tarde adotada por Leibniz, com uma ressalva sobre a substancialidade da composição atômica.

Filósofos modernos levaram a ideia das contradições dialéticas na Natureza para além da Filosofia, aplicando-a à Economia e na Política. Entre eles, temos Hegel, idealista, e Marx, materialista. A partir deles introduziu-se a Dialética nos conceitos da ideologia.

O pensamento marxista usa-a como a análise histórica da luta de classes, e os liberais aplicam-na como o princípio da unidade de quantidades opostas.

A contradição dialética chega à política brasileira polarizada entre os extremos pretensamente ideológicos. Com isto, firmou-se uma falsa contradição entre os protagonistas da “direita” e da “esquerda”, Bolsonaro e Lula, partilhando na demagogia populista e na corrupção. Eles representam a “dialética da fraude”.

Fraude sim, porque não são nem de “Direita” nem de “Esquerda”; eles sequer sabem o que representam estas tendências políticas, posições alicerçadas em bases que nem Bolsonaro nem Lula obedecem.

A verdadeira Direita não se alia a trapaceiros, é contra a corrupção e defende um império da Lei; a Esquerda autêntica repudia a pelegagem sindical, não convive com políticos desonestos e contesta a Justiça de doutrinas abstratas.

Esses dois malandros se enfrentam para enganar o eleitorado assumindo-se de Direita e Esquerda, na rivalidade dos cordões azul e encarnado e dos pastoris natalinos. O quadro encenado pelos polarizadores passa longe o simbolismo do Yin-Yang, na sua simplicidade.

Para seus ignorantes seguidores a contradição dialética tem pouco valor; não é como as joias que os chefes de Estado recebem como o patrimônio histórico, mas usufruem e negociam com a aquiescência dos fanáticos adoradores de políticos corruptos.

O povo brasileiro deve se levantar do berço esplêndido da demagogia dispensando os lençóis da polarização espúria. Está chegando de darmos um basta!

Formemos um movimento centrista, democrático, antidemagógico e anticorrupção.

O homem é aquele que aceita A loucura... Fuxi dya Manda - Pensador

MIRANDA SÁ – Jornalista profissional, blogueiro, colunista e diretor executivo do jornal Tribuna da Imprensa Livre; Trabalhou em alguns dos principais veículos de comunicação do país como a Editora Abril, as Organizações Globo e o Jornal Correio da Manhã; Recebeu dezenas de prêmios em função da sua atividade na imprensa, como o Esso e o Profissionais do Ano, da Rede Globo. mirandasa@uol.com.br

Envie seu texto para mazola@tribunadaimprensalivre.com ou siro.darlan@tribunadaimprensalivre.com


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