Por Alcyr Cavalcanti

Uma “Guerra sangrenta” vem por aí.

O CV é a mãe de todas as redes criminais, que se formaram a partir de dissidências, inclusive o Primeiro Comando da Capital-PCC, que usa o lema original Paz, Justiça e Liberdade-PJL, transformado em JPL. O CV tem formado grupos de traficantes muito bem armados de várias favelas o chamado Bonde do CV para invadir as favelas em domínio de outras redes criminais.

Wilson Quintanilha, o Abelha

O foco atual do CV é a retomada da Cidade Alta em Cordovil, de início um conjunto habitacional criado em 1969 para abrigar moradores da Favela da Praia do Pinto no Leblon, destruída após um incêndio de causas mal explicadas. Fica em local estratégico no entroncamento da Avenida Brasil com a Rodovia Washington Luís, e próximo à Baía de Guanabara, ideal para a chegada de armamento e drogas e também de fácil acesso pela Av. Brasil ou a Washington Luís. Essa “mina de ouro” está sob o domínio do narcotraficante Álvaro Malaquias o “Peixão” que se diz evangélico e traficante abençoado pela divindade e usa um fuzil AK-47 em uma das mãos e a bíblia na outra.. Criou o chamado “Exército de Israel”  e já domina cinco favelas entre elas a Cidade Alta com apoio do Terceiro Comando-TCP e de alguns policiais regiamente recompensados financeiramente, é a chamada “mercadoria política” termo criado pelo sociólogo Michel Misse, que nada mais é do que a velha e eficiente corrupção. Peixão circula livremente, apesar dos 20 mandados por narcotráfico, homicídio, tortura e ocultação des cadáver, tem amplo domínio em seus territórios. Mandou construir barricadas e até uma ponte para facilitar a rota de fuga de veículos.

Os moradores estão acuados em suas casas porque vários acessos foram fechados com muralhas para dificultar as invasões.

Em maio de 2017 o CV tentou invadir a Cidade Alta, mas a Policia Militar impediu e prendeu 45 “soldados do CV” e farta munição. Atualmente o Comando Vermelho sob as ordens de Wilson Quintanilha o “Abelha”, atual frente do CV em total harmonia com os líderes que estão em prisão federal planeja retomar os pontos perdidos ao longo dos anos. Após a invasão à favela Cinco Bocas e a retomada das Favelas do Quitungo e Guaporé vai partir com um “bonde” de mais de 100 soldados, egressos de várias favelas para acabar com o reinado do “Complexo de Israel”. Vai começar pela Cidade Alta.

Vem muito sangue por aí, quem viver verá.

ALCYR CAVALCANTI – Jornalista profissional e repórter fotográfico, trabalhou nos principais jornais do Rio de Janeiro e de São Paulo e em agências de notícias internacionais. Bacharel em Filosofia pela Universidade do Estado da Guanabara (atual UERJ) e mestre em Antropologia pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Professor universitário, ex-presidente da ARFOC, ex-secretário da Comissão de Defesa da Liberdade de Imprensa e Direitos Humanos da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), colunista do jornal Tribuna da Imprensa Livre.


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NOTA DO EDITOR: Quem conhece o professor Ricardo Cravo Albin, autor do recém lançado “Pandemia e Pandemônio” sabe bem que desde o ano passado ele vêm escrevendo dezenas de textos, todos publicados aqui na coluna, alertando para os riscos da desobediência civil e do insultuoso desprezo de multidões de pessoas a contrariar normas de higiene sanitária apregoadas com veemência por tantas autoridades responsáveis. Sabe também da máxima que apregoa: “entre a economia e uma vida, jamais deveria haver dúvida: a vida, sempre e sempre o ser humano, feito à imagem de Deus” (Daniel Mazola). Crédito: Iluska Lopes/Tribuna da Imprensa Livre.