Por Miranda Sá –
“Sem compreendermos o capitalismo não podemos compreender a sociedade humana da maneira que ela atualmente existe”. (George Bernard Shaw)
Outro dia escrevi um artigo falando do Tempo e recebi duas críticas sobre duas defesas que fiz no texto. Uma delas foi adotando a tese de Einstein de que é uma ilusão a diferença entre passado, presente e futuro…. A outra apontada foi a contradição entre malhar a imprensa e ao mesmo tempo livra-la de seus desvios atuais.
Ora, o Tempo, como eu disse, nos dá a oportunidade de pensar com base no presente, na experiência com o passado e o que poderá ocorrer no futuro. Quanto à imprensa, vejo o Tempo na sua versão musical, o andamento, o movimento e a pulsação: repito, é melhor que o país aceite a imprensa anômala do que ficar restrito à uma imprensa oficial de louvaminhas ao governo, como fazem as ditaduras.
Vivendo sob a trágica pandemia do novo coronavírus, o tempo tem sido impiedoso com o povo brasileiro, por termos no poder o presidente Jair Bolsonaro, um negacionista assumido. A conduta desequilibrada dele acarreta uma terrível insegurança no enfrentamento do vírus, acarretando a falta de insumos hospitalares, de medicação adequada e até de vacinas.
Isto nos leva de volta à selvageria, que nos faz pensar nos estudos da Zoologia, em que os cientistas registraram nos seus estudos sobre os gatos, que estes animais eram bravios como todos os felinos soltos na floresta, e que se levou mais de 3.000 anos para serem domesticados; daí, passaram a ser tão amados que antigos egípcios os adoravam como deuses…. O estudo citado, afirma que basta um gato ser deixado solto no mato que em 100 dias voltará ao estado selvagem.
Justamente por conta disso, temos um exemplo concreto, ao vivo, na Ilha Furtada, na Baía de Sepetiba, Itacuruçá, Rio de Janeiro, que é ocupada por gatos selvagens, e por isso passou a ser mais conhecida como a “Ilha dos Gatos”.
É possível que o mesmo ocorra com a sociedade humana. Não fosse a aculturação milenar da civilização, estaríamos ameaçados de uma volta à Idade Média, aquela dos barões feudais, da servidão e do obscurantismo religioso. Então, evidentemente, a covid-19 passaria a ser tratada como foi a “peste negra” na época.
E é mais ou menos isto o que o bando negacionista quer para o Brasil, pela insanidade da extrema direita e do conservadorismo retrógrado. É isto que representam os que ainda apoiam Bolsonaro, desculpando-o pelo abandono do combate à corrupção, calando-se na volta ao estatismo da economia nacional e aceitando servilmente a aliança com os picaretas do Congresso.
Como o tempo revela e castiga, esta “meia volta” de Bolsonaro após ser eleito, será julgada; porque está inegavelmente alimentando o “feudalismo amazônico”, com a perseguição aos índios, a derrubada das florestas para a passagem da boiada, e franquiando a estúpida mineração mercurial.
Além disto, os que o cercam no poder ignoram o sistema capitalista, que não passa sequer pelo “Posto Ipiranga” do Presidente, como se esperava… O que é o Capitalismo? Como verbete dicionarizado é um substantivo masculino, formado de capital + ismo, significando o sistema econômico que reconhece e respeita a propriedade e os bens privados e defende ampla liberdade de produção e comércio. A palavra vem do latim, “caput, capitis”, que significa “cabeça” e passou a indicar o que é fundamental na economia.
Dever-se-ia ensinar aos políticos que o capitalismo tem uma base moral e não é a lei da selva, como disse Margaret Thatcher; é o sistema capitalista que garante a Democracia, protege a liberdade cidadã, assegura a livre concorrência no mercado e dá oportunidade individual para a ascensão social e econômica pelo trabalho e pelo mérito.
Contra este modelo econômico, nascido da “revolução industrial”, o filósofo alemão Karl Marx escreveu “O Capital”, que lançou as bases do comunismo. Profeta frustrado, Marx previu o fim do capitalismo, e erraram também os seus seguidores que garantiram a crise geral do capitalismo no após a 2ª guerra. Por fim, quem sofreu a crise e caiu de podre foi o regime burocrático e ditatorial marxista instalado na URSS….
Por esta experiência histórica, é preciso chamar a atenção dos aventureiros. Os aprendizes de ditador que sonham com um sistema despótico e dogmático, fiquem certos que tal regime fracassará também, venha rotulado de direita ou de esquerda.
Os bem-informados aprenderam que o Tempo é um capital que faz a verdade prevalecer sobre a mentira, que faz o atraso ceder lugar ao progresso; e que as conspirações antidemocráticas serão derrotadas pela ordem e a paz social…
MIRANDA SÁ – Jornalista profissional, blogueiro, colunista e membro do Conselho Editorial do jornal Tribuna da Imprensa Livre; Trabalhou em alguns dos principais veículos de comunicação do país como a Editora Abril, as Organizações Globo e o Jornal Correio da Manhã; Recebeu dezenas de prêmios em função da sua atividade na imprensa, como o Esso e o Profissionais do Ano, da Rede Globo.
MAZOLA
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