Por Miranda Sá –
“Há um tempo para todos, se eles apenas aprenderem, que o caleidoscópio distorcido nos mova por sua vez”. (Elton John)
A idade avançada traz lembranças inabituais… Estive rememorando a atração que sentia, quando menino, pelo Calidoscópio, que consiste num tubo, tipo de luneta com terminal de vidros espessos superpostos cujo espaço entre os dois encerra fragmentos de vidro colorido.
Visto através de um triângulo de espelhos para a claridade externa, cria um número infinito de mandalas coloridas na medida em que se gire o instrumento. A triangulação dos espelhos formando ângulos de 60º refletem a cada virada quatro imagens duplicadas.
Cheguei a fabricar muitos deles de vários tamanhos para os meus filhos. Catava pela rua pedaços de vidro. A cor mais difícil era o azul, que a gente só achava nos vidros de magnésia de Philips…
Quando eu era menino, cursando o Primário, se escrevia com “K” e a grafia era Kaleidoscópio, hoje o “K” sumiu, mas ainda se usa a versão antiga, Caleidoscópio, com “C” e o ditongo “ei”. Todo mundo dizia que este brinquedo era chinês, porém foi inventado pelo físico escocês Dawid Brewster em 1817, e o seu uso virou uma moda pelo mundo afora.
Dicionarizado atualmente, o verbete Calidoscópio é um substantivo masculino, etimologicamente formado pela combinação de três palavras gregas kallós (“belo”, “bonito”); eidos (“imagem”); e skopeo (“olhar para”, “observar”), com o sentido de “ver belas imagens”.
Passou de instrumento recreativo para fornecer inspiração de desenhos artísticos e publicitários e o seu nome também passou a ter um amplo sentido figurado, referindo-se a imagens bonitas, coisas em constante movimento, mudanças rápidas de comportamento humano e referências poéticas.
Conheci um político paraibano (está morto, vou respeitá-lo omitindo o seu nome) que ficava sempre ao lado do governo mesmo sendo eleito do lado contrário. Um seu adversário escreveu um artigo chamando-o de “caleidoscópio” – um “vira folha”.
Por causa de gente assim, dá um medo danado de ficarmos apegados a uma personalidade e ter de dar explicações se ele mudar de posição, abandonando o discurso eleitoral depois de eleito.
Não são poucos os congressistas que se comportam assim; aliás, pensando bem, me parece que são maiorias na Câmara e no Senado. Agora mesmo a cobertura jornalística do Congresso noticiou que 13 senadores governistas traíram o Presidente votando contra a reforma da Previdência.
Não haverá uma traição maior da que sofreram os obreiristas da USP que fizeram Lula da Silva, um pelego sindical, presidente da República acreditando que “um trabalhador” faria um governo para os trabalhadores e o viram governando para os banqueiros e empreiteiros…
Muito pior, Lula se associou com os 300 picaretas que condenava anteriormente e passou a roubar muito mais do que eles, liberando os filhos, parentes, hierarcas do seu partido, enquanto assaltava o BNDES e a Petrobras.
Uma virada no calidoscópio da vida, os brasileiros derrotaram nas urnas com cores e formas diversas, o lulopetismo corrupto e corruptor.
Uma coisa é certa: as imagens deles nunca se repetirão – só por milagre ou fraude – como os números sorteados na Mega Sena… Assim espero que seja impossível também a tentativa sectária de alguns “direitistas” de trocar uma ideologia por outra, inda que seja diametralmente oposta…
MAZOLA
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