Por Pedro do Coutto –
O presidente Lula da Silva na reunião ministerial da manhã de segunda-feira transmitida pela GloboNews, mais uma vez criticou os juros de 13,75% ao ano estabelecidos pelo Banco Central como remuneração básica aos que possuem títulos do Tesouro Nacional, lastreando o endividamento que alcança, como se sabe, R$ 6,5 trilhões.
O presidente da República poderia usar esse fato como mais um argumento contra a administração de Roberto Campos Neto. Mas preferiu dizer que os que defendem juros nessa altura estão brincando com o povo pobre do país e, como os empresários desejam investir, não conseguem diante dos juros que o mercado brasileiro impõe. Reportagens de Alice Cravo no O Globo, Marianna Holanda, Natália Garcia e Catia Seabra, Folha de S. Paulo, e de Weslley Calzo e Vera Rosa, O Estado de S. Paulo, focalizam a reunião do Palácio do Planalto.
CONTRADIÇÕES – A questão do Banco Central, analisando-se bem o assunto, a cada dia fornece mais contradições quanto à estabilidade do seu presidente. Lula, inclusive, anunciou que não vai reconduzi-lo em 2024. Logo, observa-se uma contradição que a lei não esperava proporcionar. É que o presidente do Banco Central é nomeado pelo presidente da República. Mas, analisando-se a essência da questão, verifica-se que o presidente do BC não pode ser um oponente do presidente da República.
A independência e a estabilidade de Campos Neto não podem ser fatores de oposição à política do governo, pois nesse caso a nomeação não dependeria do governo contra o qual ele se posiciona. O impasse é evidente. A lei, como se constata dos fatos concretos, necessita de uma reformulação quanto à possibilidade de um choque entre o presidente do BC e o presidente da República, como ocorre. Essas contradições recaem sobre o Brasil.
O presidente Lula cobrou ações concretas e divulgação, o que até hoje pouco existe, pelo próprio governo a partir da movimentação dos ministros. É necessária essa articulação à base de projetos concretos que se encontram nas mesas dos vários ministros e ministras para serem implementados de verdade.
RETORNO IMPORTANTE – A jornalista Dora Kramer, que substitui Carlos Castelo Branco em sua tradicional coluna no antigo Jornal do Brasil, retornou ao jornalismo escrevendo alternadamente na página 2 da Folha de S. Paulo. Um regresso muito importante para o jornal, para os leitores e para ela mesma. Um reencontro no tempo.
Ela escreveu ontem um artigo focalizando hesitações do governo Lula, destacando que falta foco nos problemas a serem enfrentados com urgência, sobram confusões, desacertos e retrocessos.
DOCUMENTÁRIO – Reportagem de Pâmela Dias, O Globo desta terça-feira, focaliza a reação de judeus que sobreviveram à Segunda Guerra Mundial, que tiveram seus pais vítimas dos campos de concentraçao nazistas e estão promovendo um documento sobre o que foi o holocausto imposto pro Hitler, o maior e mais cruel assassino da historia aos povos dos países invadidos.
Desejam também produzir um documentário sobre o que foi o repulsivo nazismo como sinal de alerta às pessoas alucinadas que se apresentam como neonazistas. Um dos exemplos citados é o do deputado estadual de Mato Grosso do Sul, João Henrique Catan do PL que chegou a fazer um discurso exaltando Hitler.
A Polícia Federal informa que há vários grupos neonazistas no Brasil. De 2012 a 2022 foram abertos 41 inquéritos para investigar as atividades neonazistas. Incrível que uma pessoa se considere como tal. É como alguém considerar a si próprio como sendo um monstro. O nazismo é o maior crime de morte e de violação dos direitos humanos de toda história universal.
PEDRO DO COUTTO é jornalista.
Enviado por André Cardoso – Rio de Janeiro (RJ). Envie seu texto para mazola@tribunadaimprensalivre.com ou siro.darlan@tribunadaimprensalivre.com
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