Redação –
Março do ano que vem é a data-limite do presidente Jair Bolsonaro para conseguir viabilizar o Aliança pelo Brasil. Caso não consiga formar o partido, lançado em novembro do ano passado, quando ele se desfiliou do PSL, Bolsonaro disse nesta segunda-feira, dia 23, que “vai ter uma nova opção”. Mais de um ano depois, a legenda não conseguiu reunir nem 10% das 492 mil assinaturas necessárias para o registro da legenda junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
O prazo foi revelado pelo presidente em conversa com uma apoiadora na chegada ao Palácio da Alvorada, no fim da tarde. A mulher disse integrar o Aliança pelo Brasil de União da Vitória, no Paraná, ao que Bolsonaro comentou:
NOVA OPÇÃO – “Não é fácil formar um partido hoje em dia. A gente está tentando, mas se não conseguir a gente em março vai ter uma nova opção, tá ok?”, declarou. Passada a ressaca pós-eleições municipais, interlocutores do presidente deram início a estratégia para reorganizar uma estrutura partidária que acolha o chefe do Executivo rumo à disputa a uma reeleição em 2022.
Auxiliares avaliam que a maior lição do pleito municipal foi perceber quão desorganizados estão conservadores e ideológicos e que, sem uma nova estrutura, Bolsonaro pode patinar na corrida à sucessão presidencial daqui a dois anos.
Defensores da formação do Aliança seguem sem esperança de que o presidente vá se mobilizar para avançar na criação da legenda. A tendência, dizem, é o presidente voltar a fazer rodada de negociações com os partidos que já têm recursos em caixa, caso contrário terá de fazer uma campanha à reeleição novamente sem qualquer dinheiro público. Na conversa com apoiadores nesta segunda, a militantes pediu que o presidente mandasse um abraço para os integrantes do Aliança e ele atendeu: “Aliança de todo o Brasil, aquele abraço e obrigado pelo apoio”.
OPÇÃO – Legendas que integram o Centrão e que estão alinhadas ao governo, como PP, PR e Republicanos, estão entre as opções para abrigar Bolsonaro. Na Câmara dos Deputados, esses partidos têm dado sustentação à base aliada do governo e auxiliado na aprovação de temas importantes para a área econômica. Apesar das antigas críticas do presidente e de seus apoiadores aos partidos do Centrão, o governo Bolsonaro se aproximou desse grupo em meados de junho deste ano.
Bolsonaro foi filiado ao PP, presidido pelo senador Ciro Nogueira (PI), por nove anos. Este ano, Bolsonaro estreitou ainda os laços com as legendas do Centrão participando de reuniões com dirigentes partidários como Valdemar da Costa Neto, do PL, e também com Gilberto Kassab, do PSD. O presidente também tem bom diálogo com Marcos Pereira, presidente do Republicanos, partido escolhido pelo filho 01, senador Flávio Bolsonaro (RJ), para se filiar após deixar o PSL no ano passado.
BRIGAS – Bolsonaro e Flávio deixaram o PSL, do deputado federal Luciano Bivar (PE), depois de consecutivas brigas pelo comando dos diretórios estaduais, que recebem parte dos recursos milionários partidários que a legenda passou a ter direito após as eleições presidenciais de 2018.
Nem mesmo o retorno de Bolsonaro ao PSL está descartado. O presidente já admitiu que poderia voltar a conversar com Bivar sobre uma reaproximação com a legenda. Neste momento, porém, Bivar evita comentar essa possiblidade porque está em campanha para se tornar um nome viável à sucessão de Rodrigo Maia (DEM) na presidência da Câmara. Aliados de Bivar avaliam que o candidato de Rodrigo Maia não pode estar atrelado ao governo, já que Bolsonaro tem defendido apoio a Arthur Lira (PP-AL), que disputa em outra frente.
Fonte: O Globo
MAZOLA
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