Por Roger Mcnaught

O Hospital Municipal Ronaldo Gazolla, referência para tratamento de COVID-19 no Rio de Janeiro, foi alvo de invasão e vandalismo por parte de seis elementos na tarde desta sexta-feira (12). Áreas restritas a profissionais de saúde e pacientes foram invadidas, portas chutadas e – segundo relatos – uma enfermeira precisou utilizar uma cadeira para bloquear uma porta à força para impedir que invadissem o quarto onde uma idosa está sob cuidados.

Houve também muita gritaria enquanto os invasores, muito exaltados, exigiam verificar a ocupação dos leitos com palavras de ordem como “Mentira! Mentira!”. Durante a confusão houve a destruição de computadores, prejudicando o funcionamento da unidade. Um dos invasores gritava a todo momento “Não encosta em mim!”, enquanto os profissionais da unidade buscavam entender como os invasores passaram pela segurança. Uma das testemunhas disse acreditar que um dos invasores poderia estar armado e ter intimidado os agentes de segurança do hospital.

A confusão, possivelmente sob influência de uma recente fala presidencial nas redes, só terminou quando agentes da Guarda Municipal e Polícia Militar chegaram ao local, tendo de conter à força os invasores. A Guarda Municipal e a Polícia Militar não se pronunciaram até o momento sobre o incidente. Já a Secretaria Municipal de Saúde esclareceu, em nota, que o tumulto teria sido causado por cinco pessoas de uma mesma família que, desesperadas ao receberem a notícia da morte de uma parente internada no local – uma senhora de 56 anos, ocorrida nesta manhã – entraram alteradas na unidade, quebraram uma placa de sinalização e bateram uma porta, causando danos. A SMS acrescentou ainda que vigilantes, guardas municipais de uma viatura que fica baseada no hospital e integrantes da equipe assistencial ajudaram a contornar a situação. Uma das pessoas da família, uma mulher, precisou ser medicada para se acalmar.


ROGER MCNAUGHT – Jornalista, Cinegrafista, Fotógrafo, Colunista e Membro do Conselho Editorial do jornal Tribuna da Imprensa Livre.