Redação –
Por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, a Polícia Federal cumpria na manhã desta terça-feira (8/6) três mandados de prisão temporária e cinco de busca e apreensão contra pessoas suspeitas de integrar organização criminosa envolvida em ataque cibernético aos sistemas do STF.
A Polícia Federal informou que as investigações tiveram início após a identificação, por parte da equipe de tecnologia da informação do STF, “de uma série de condutas suspeitas que indicavam que o sítio eletrônico da Suprema Corte estaria sob um ataque hacker, no dia 3/5 de 2021”.
Na época, a Corte evitou anunciar a tentativa de ataque, afirmando apenas que o site estaria fora do ar “por conta de manutenção necessária para garantia da segurança do portal e das informações contidas nele”. Posteriormente, o ministro Alexandre abriu um inquérito para investigar a possibilidade de ação criminosa.
No curso do Inquérito Policial foram identificados os endereços de onde partiram os ataques, bem como as pessoas que, de forma sistemática e organizada, teriam praticado os crimes.
Os investigados devem responder, na medida de suas participações, pelos crimes previstos nos artigos 154-A, §3º e 288, ambos do Código Penal, com penas que, somadas, podem chegar a cinco anos de reclusão.
Os mandados foram cumpridos nas cidades de Itumbiara (GO), Bragança Paulista (SP), Belém do São Francisco (PE), Jaboatão dos Guararapes (PE) e Olinda (PE).
Ameaça digital
A tentativa de ataque ao STF se soma a uma série de ameaças cada vez maiores aos sistemas cibernéticos do Judiciário.
O caso mais emblemático foi do ataque ao Superior Tribunal de Justiça, em 4 de novembro do ano passado. Os ministros e servidores não conseguiam acessar seus próprios arquivos e e-mails. Por precaução, o presidente da corte, ministro Humberto Martins, centralizou as demandas urgentes na presidência.
Ele acionou a Polícia Federal, que abriu inquérito para investigar a extensão do ataque e conta com ajuda do Comando de Defesa Cibernética do Exército.
Um ministro da corte ouvido pela ConJur na época contou que o hacker não teve acesso aos arquivos e processos que estão guardados em nuvem. Assim, conseguiu bloquear e criptografar apenas os dados guardados nos computadores. Informações preliminares indicavam que o ataque foi localizado vindo de uma empresa particular estrangeira e estava sendo programado havia três meses.
Os sistemas foram retomados no final de semana do dia 14, dez dias depois do ataque. Até agora, no entanto, o tribunal não prestou mais nenhum esclarecimento público sobre o andamento das investigações.
Além do STJ, o site do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS) foi alvo de dois ataques nos últimos meses. Da última vez, os sistemas ficaram fora do ar e os prazos processuais foram suspensos de 30 de abril a 17 de maio.
No final do ano passado, o Tribunal já havia sofrido um ataque. Na ocasião, a corte informou em nota que nenhum dado foi comprometido e que apenas páginas de acesso aos processos foram afetadas.
Em janeiro deste ano, o alvo de outro ataque foi o Tribunal Regional Federal da 3ª Região. O ataque teve como objetivo sobrecarregar os sistemas e torná-los indisponíveis. Com informações da assessoria de imprensa da PF.
Fonte: ConJur
MAZOLA
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