Por Pedro do Coutto –
As forças israelenses cercaram a cidade de Gaza e continuam os ataques nos túneis do Hamas. Bombardeios têm sequência e outro centro de refugiados foi atingido na noite de quinta-feira. O presidente Biden tenta sem sucesso uma pausa que ele chama de “humanitária”.
Um nome disfarçado para o cessar-fogo, expressão rejeitada por Netanyahu. A solução, como se observa, está muito distante e a tendência que predomina continua sendo a da destruição total do território de Gaza, com a perspectiva de saída de parte da população para o Egito.
NOVO IMPASSE – Mas o Egito não poderá aceitar uma onda de refugiados e um novo impasse se criar no Oriente Médio. Um amigo, Filipe Campello, comentando a situação, observou que os avanços da tecnologia, especialmente ao longo dos últimos 20 anos, foram extraordinários. Mas eles não foram acompanhados de avanços civilizatórios, de preocupação com o ser humano, com a miséria, com a pobreza e, no caso de Gaza, com a morte.
O impasse essencial permanece com a ameaça de expansão do conflito que se verifica a partir das últimas notícias sobre ataques do Hezbollah. Na Ucrânia, por sua vez, a Rússia aproveitou a situação e Putin ampliou fortemente os ataques ao território do país, inclusive recrutando mulheres para os combates, destacando a importância dos salários a serem pagos pelas adesões.
PREOCUPAÇÃO – Além disso, insinuou um risco muito grande para o mundo no momento em que se desligou o grupo de ações que veda o experimento de novos nucleares. A situação mundial volta a ser preocupante e ameaça repetir a crise de 1962 com os mísseis em Cuba. O desentendimento entre Rússia e Estados Unidos, entretanto, encontra um ponto de neutralidade na posição da China.
A China hoje se pronuncia pela suspensão das hostilidades no Oriente Médio e a partir deste mês de novembro assume a Presidência do Conselho de Segurança da ONU. Já está sob o seu comando a proposta brasileira de ajuda humanitária na Faixa de Gaza. A posição americana aproxima-se da posição brasileira. As dificuldades, entretanto, continuam. E as milhares de mortes se incorporam ao cotidiano terrível que atinge toda a população mundial.
OBSTÁCULOS – Eliane Oliveira e Vinicius Neder, O Globo desta sexta-feira, destacam mudanças propostas no Senado ao projeto da reforma tributária do governo. O ministro Fernando Haddad acentua que mudanças recomendadas farão com que a alíquota única da matéria passe de 27% para 27,5%.
Mas, existem exceções que reduziram os efeitos da iniciativa, importante para o equilíbrio das contas fiscais no exercício de 2025, cuja previsão era de serem zeradas, mas que agora incluem uma estimativa também da ordem de 0,5% sobre o Produto Interno Bruto brasileiro.
PEDRO DO COUTTO é jornalista.
Enviado por André Cardoso – Rio de Janeiro (RJ). Envie seu texto para mazola@tribunadaimprensalivre.com ou siro.darlan@tribunadaimprensalivre.com
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