Por José Macedo –
Os primeiros sinais da substituição do trabalho humano ocorreram na primeira Revolução Industrial, na Inglterra, final do século XVIII e início do XIX.
A ganância do capitalismo pelo lucro, as regras e leis disciplinando o trabalho humano foram determinantes para a aceleração dessa busca de substituição e automação do trabalho.
O capitalista busca livrar-se do trabalhador, considerando sua rebeldia e os consequentes conflitos entre o capital e o trabalho.
Ao longo da história do capitalismo, o trabalhador, jamais, foi respeitado.
O trabalho produz a mais-valia e, esta é apropriada pelo capital.
Estamos preparados para absorver essas transformações, parecendo ficção, descritas por escritores e estudiosos?
A guerra não está nas estrelas, tornou-se real, aqui, entre o capital e o trabalho.
É inegável que, nesses últimos 200 anos, o conhecimento e a ciência alcançaram surpreendentes progressos,. Porém, mss, a apropriação dessas conquistas não é distribuída equitativamente.
O corolário dessa conclusão está na escandalosa distribuição da renda e da riqueza.
Para efeito de ilustração: 1% da população mundial possui 50% de toda a riqueza, no Brasil chega a 60%. O capitalismo, como demonstrado é gerador, de desigualdades, de miséria, de fome, de doenças, de guerras e de miséria.
Algumas conquiistas têm utilidades danosas, como a bomba atômica, a indústria armanentista e a arte da guerra.
As discussões sobre o futuro do trabalho humano prosseguem, observando a importância da IA, segundo estudiosos, é assustador.
O futuro torna-se mais assustador, porque não sabemos quem estará no comando da economia e, tampouco, das empresas.
No Brasil, a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) foi assinada e sancionada por Getúlio Vargas, em 1° de maio de 1943, sob os olhares do trabalhador, o maior interessado, seu destinatário.
Sem dúvida, essa longeva Lei beneficiou a milhões de trabalhadores.
Sua motivação objetivava proteger o trabalhador, organizar o trabalho humano, considerando sua condição de vulnerablidade na relação com o empregador.
Em 2017, no governo Michel Temer, a CLT sofreu total desfiguração, cuja Reforma teve como escopo substituír e retirar direitos em mais de 100 dispositivos.
O objetivo da Reforma, além de retirada de direitos, visava ir além, ou seja, o de enfraquecer ou até, acabar com a Justiça do Trabalho e os Sindicatos, enquanto justiça especializada.
Porém, a influência dos Sindicatos, praticamente, desapareceu.
Historicamente, os Sindicatos laborais foram uma pedra no sapato do capital, função de suas atuações o trabalhador conquistou direitos, vis-a-vis, as férias, fins de semana remunerados estabilidade da gestante e o 13° salário.
O governo reacionário, defensor do capital protagonizou a Reforma e espalhava a mentira, de que geraria empregos e renda.
Tudo não passou de visível ledo engano.
O desemprego aumentou, assim como aprofundou a concentração e a fome.
Que ocorreu? O Brasil entraria no Mapa da Fome, no governo, nâo menos reacoonário e contra o trabalhador, que sucedeu o golpista, Michel Temer.
Assim, com o enfraquecimento dos sindicatos, a intenção era deixar o trabalhador desprotegido, precarizado na relação empregador e empregado.
Viremos a página: Nessa era de célere desenvolvimento tecnológico, a era dos algoritmos, dos robôs e da IA (Inteligência Artificial), fragilizou a oferta de emprego, a remuneração dos que ficaram empregados e aumentou o exército dos sem empregos.
De que forma os desempregados sobreviveram, até aqui?
Ora, na informalidade, no falso empreendedorismo, violência e no crime organizado.
Nessa travessia, o trabalhador encontra-se desprotegido, o acesso à Justiça doTrabalho tornou-se mais, em função devregras impostas.
A Reforma não considerou o trabalho, como direito humano e o acesso à Justiça um direito constitucional.
Nesse quadro, acima desenhado, não sabemos como será o mundo do trabalho, nos próximos anos, na Era da máquina, do robô e da IA. Por isso, fiz essa digressão e breves considerandos.
O tempo da pandemia foi o teste e ensaio dessa catástrofe, o desemprego aumentou, a fome e a escandalosa concentração de renda.
Os mais ricos, aqueles que já estavam no cume da pirâmide ficaram mais ricos e a classe média empobrecida é espremida.
Nesse tempo de ação dos robôs e da chegada da IA (Inteligência Artificial), não percebemos o que pode acontecer com as perdas do trabalho humano.
Entre nós, não vemos qualquer movimentação, no sentido de que se crie regras jurídicas e fiscais de proteção e de compensação, em virtude dessa perda do trabalho humano.
A substituição do trabalhador pelo robô exigirá um imenso esforço para a organização dos setores da economia, exigindo treinamento e regras, como já disse, em razão do enriquecimento de alguns e da abissal concentração de renda nas empresas e no capital.
O super capitalismo gerará extremos conflitos, a fome e o risco, certamente, dará causa ao fim da convivência humana.
Essa catástrofe humana, não havendo freios, a máquina substituindo o homem, restarão a ganância, o ócio e tédio, uma vida sem sentido e inviável, restando aos poucos ricos bilionários o direito de existir, mas, não saberão como usufruir da ilusória riqueza..
O alcance da vida manipulada e vazia, dependente da máquina, do robô e da IA criará um novo homem, diferente e, certamente, esquisito e frio, que perdeu a capacidade crítica e insensível, parecido com o próprio monstro, seu algoz, a máquina.
Quem sabe algo parecido com o que imaginou George Orwell.
O Grande Amigo (Big Brother, em seu livro, “1984” ou um “Admirável Mundo Novo”, de Aldous Huxley.
Assim, concluo: A fera que surgirá dessa confusão terá de ser domada, rapidamente.
Não sei, mas a humanidade caminha, célere, para seu fim.
Que surgirá nessa competição entre a máquina e o homem? Fica a resposta na imaginação de cada um.
JOSÉ MACEDO – Advogado, economista, jornalista e colunista do jornal Tribuna da Imprensa Livre.
Envie seu texto para mazola@tribunadaimprensalivre.com ou siro.darlan@tribunadaimprensalivre.com
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