Por Siro Darlan –
O Professor Darcy Ribeiro afirmava que: “A crise da educação no Brasil não é uma crise; é um projeto”.
Há décadas, os políticos representantes das classes dominantes deterioraram deliberadamente a educação, precisamente para cultivar uma geração ignorante e manipulável que vota e aceita o que nenhuma pessoa educada e com valores aceitaria em sã consciência. A Globo e aqueles que essa midia representa fizeram de tudo para derrubar a politica educacional de escola integral e de horário integral para os pobres.
Afirmavam que o projeto era muito caro. Ao que Brizola respondia que “Caro é a ignorância”. Preferem pagar 3.500 reais para manter um preso do que usar essa quantia para manter 10 crianças nas escolas.
E todos os que acreditaram nessa farsa, foram cúmplices involuntariamente, ao não perceberem o que estava por vir. Não é preciso odiár essa gente, basta compreendê-los e tentar despertá-los com amor e paciência, ao mesmo tempo promover os valores e a educação que se perderam, e divulgar a história que hoje certas cabeças no poder tentam apagar. Recentemente o Presidente Lula afirmou que seu partido, o PT, boicotara o projeto educacional de Brfizola e Darcy e que estava arrependido. Não basta essa declaração, para obter o perdão faz-se necessário promover a educação integral em todo o Brasil como fez o Estado do Ceará.
A reforma educacional passa pela valorização do magistério público. O Ministro da Educação afirmou em março desse ano que desconhecia as reivindicações do magistério e dos demais servidores da educação. Pauta que havia sido mandada ao MEC e ao MGI desde agosto de 2023.
Representantes de entidades dos trabalhadores em educação não têm assento no conselho Nacional de educação.
Daniel Cara, professor da USP e do Movimento Nacional pelo Direito à Educação já relatava essas contradições desde a formação da equipe de transição. Quem está em Brasília diz que as fundações ocupam um andar inteiro no MEC. A Secretária-Executiva do Ministério é Isolda Chela, com vínculos fortes com a Fundação Roberto Marinho e a Fundação Ayrton Senna.
Isso explica porque até agora o MEC não propôs a revogação do Novo Ensino Médio, muito menos parou com essa cantilena de empreendedorismo na educação.
Camilo vem do Ceará, que se notabilizou por um modelo educacional voltado apenas para as provas de avaliação de sistemas de ensino, e pouco além disso. Desculpa, mas não tem como não ser contundente na crítica. O mesmo vale para quem está nos ministérios palacianos.
A comunicação do governo é péssima (vide o episódio recente do pódio), bem como a capacidade de negociação com o Congresso.
SIRO DARLAN – Advogado e Jornalista; Editor e Diretor do Jornal Tribuna da imprensa Livre; Ex-juiz de Segundo Grau do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ); Especialista em Direito Penal Contemporâneo e Sistema Penitenciário pela ENFAM – Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados; Mestre em Saúde Pública, Justiça e Direitos Humanos na ENSP; Pós-graduado em Direito da Comunicação Social na Universidade de Coimbra (FDUC), Portugal; Coordenador Rio da Associação Juízes para a Democracia; Conselheiro Efetivo da Associação Brasileira de Imprensa; Conselheiro Benemérito do Clube de Regatas do Flamengo; Membro da Comissão da Verdade sobre a Escravidão da OAB-RJ; Membro da Comissão de Criminologia do IAB. Em função das boas práticas profissionais recebeu em 2019 o Prêmio em Defesa da Liberdade de Imprensa, Movimento Sindical e Terceiro Setor, parceria do Jornal Tribuna da Imprensa Livre com a OAB-RJ.
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