Redação –
No laudo foi verificada presença de bactérias.
A subsecretaria de Vigilância Sanitária do Rio de Janeiro suspendeu hoje (5) a distribuição e comercialização, na capital fluminense, da água mineral Ipanema, em galões de 20 litros, como medida preventiva para evitar riscos à saúde pública, devido à presença de bactérias (coliformes totais e pseudomonas) em amostras da água dessa marca. A explicação foi dada à Agência Brasil pela médica veterinária Aline Borges, coordenadora de Alimentos da Vigilância do Rio, à frente do processo de inspeção iniciado no último dia 30. Os fiscais recolheram amostras da água que foram encaminhadas para análise.
O que motivou a ida dos fiscais do órgão ao depósito instalado em Botafogo, zona sul da cidade, onde eram vendidos os galões da água Ipanema, foi uma denúncia recebida pela Central 1746, segundo a qual a água estava com a coloração alterada.
O resultado das primeiras análises do produto foi dado pelo Laboratório Municipal de Saúde Pública (Lasp). “Nós fomos ao local, fizemos a apreensão, levamos para o laboratório e o laudo deu insatisfatório para pseudomonas e coliformes totais. Como essas bactérias são indícios, principalmente, de má higienização do galão e como elas são bactérias oportunistas que podem causar mal à saúde de quem está com resistência mais baixa, como idosos e crianças, a gente tomou como precaução interditar temporariamente, até mesmo para fazer novas análises, todos os lotes dessa água até acabar o processo”. De acordo com a legislação (Decreto 45.585), o prazo para conclusão do processo administrativo em casos de interdição cautelar é de 60 dias.
A subsecretaria de Vigilância Sanitária do Rio já notificou a Vigilância Estadual que terá de entrar em contato com o órgão municipal em Rio Bonito, para fiscalizar a empresa Aqua Glass Indústria e Comércio de Água Mineral Ltda., responsável pela produção e envase da água, e sediada naquela cidade. “Como a água não é daqui, do município do Rio, eles terão que ir fiscalizar no local”. Aline Borges informou que a empresa proprietária da marca de água mineral Ipanema também está sendo notificada hoje, porque ela tem prazo de dez dias para solicitar a defesa e a perícia de contraprova.
Processo
Aline deixou claro que enquanto não sair o laudo definitivo, não há como afirmar que essa água está imprópria para consumo ou está própria e pode ser liberada para venda. “É todo um processo administrativo que a gente tem que cumprir legalmente”. Enquanto o processo não for concluído, a água Ipanema em galões de 20 litros “não pode circular”, acrescentou a médica veterinária. “Nós adotamos (essa medida) como precaução. A gente está prevenindo que alguém consuma e tenha algum problema”. Aline reiterou que esse tipo de bactérias é indício de que houve má higienização dos galões. As demais embalagens de litro e meio e meio litro de marca Ipanema podem ser vendidas normalmente.
A coordenadora de Alimentos da Vigilância do Rio esclareceu que os galões de 10 e 20 litros, que são retornáveis, isto é, são embalagens reutilizadas com validade de três anos, envolvem problemas de controle de qualidade e higienização antes do envase da água para venda. No depósito de Botafogo, a equipe apreendeu 15 unidades do produto, com cinco galões mantidos no estabelecimento para a contraprova e dez levados para o laboratório que fica em São Cristóvão, no Complexo Zona Norte da Vigilância.
Com base na interdição cautelar publicada no Diário Oficial do Município desta quarta-feira (5), os fiscais incluirão na rotina de trabalho a verificação da comercialização dos galões de 20 litros da marca Ipanema daqui em diante. Caso o produto seja encontrado em outros depósitos, haverá coleta de amostras para novas análises. Aline Borges recomendou que o consumidor deve denunciar qualquer tipo de irregularidade. Se encontrar o galão de 20 litros da marca à venda, a orientação é comunicar à Central 1746 para que a Vigilância Sanitária vá ao local.
Recomendações
A subsecretaria de Vigilância Sanitária do Rio recomenda aos consumidores alguns cuidados em relação à comercialização de água mineral. A primeira coisa que deve ser observada é se o produto está colocado em local fresco e ventilado. “Se a luz solar incidir diretamente sobre o produto pode causar alteração na coloração, influenciando na qualidade do material de embalagem e podendo facilitar a contaminação por agente externo”, alerta o órgão.
Outro cuidado básico diz respeito ao armazenamento do produto. De acordo com a Vigilância, a água não pode ser armazenada perto de produtos como detergentes e outros usados para a higienização domiciliar ou em locais que comercializem produtos voláteis, como postos de gasolina. O consumidor deve estar atento à exposição ou armazenamento do produto nos estabelecimentos comerciais, que deve ocorrer sobre prateleiras ou pallets (estrados de madeira, metal ou plástico) e nunca sobre o piso.
Outro cuidado que os consumidores devem ter é sobre a rotulagem da água mineral e data de validade. Se o consumidor identificar sabor ou odor na água adquirida, deve efetuar o registro na Central 1746 e guardar a embalagem porque ela será útil para que a Vigilância Sanitária possa rastrear o fornecedor e os lotes.
Procurada pela Agência Brasil, a empresa Aqua Glass Indústria e Comércio de Água Mineral Ltda. não atendeu as ligações.
Fonte: Agência Brasil
MAZOLA
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