Por Pedro do Coutto –

Incrível como aparecem especuladores sobre a questão das chuvas e inundações no Rio Grande do Sul.

Surgiram sobre a tragédia ladrões, proliferaram as fake news nas redes da internet e espalharam-se boatos sobre os preços de produtos, como é o caso do arroz. Como é possível alguém ter prazer em espalhar desinformação com o propósito de aumentar a pressão e as depressão que se disseminam pelas áreas mais atingidas ?

O Globo de ontem focaliza os casos de crianças que perderam os pais nas chuvas e agora não têm para onde ir, dependendo praticamente de uma adoção que tem que ser melhor estudada, pois se trata de um problema que inclui vulneráveis expostos às ações de pessoas que não conseguem agir nos limites da lei e do pensamento humanístico.É um problema grave este que está está acometendo o RS e o próprio país. Pessoas doentias tentam injetar mais questões no cenário.

CRUELDADE – O comandante do Exército, Tomás Paiva, classificou as fake news envolvendo as enchentes no Rio Grande do Sul como “cruéis e abomináveis”. “Essas postagens falsas são abomináveis e atrapalham o trabalho. As pessoas que disseminam fake news estão batendo em gente que está ajudando, que está salvando vidas. Muitos dos soldados que estão lá, trabalhando, foram diretamente afetados pela tragédia. Essas publicações são cruéis e antiéticas”, disse Tomás Paiva.

O general explicou que, algumas vezes, as pessoas podem ver um comboio militar passando e se queixar que os soldados não pararam, mas explica que essas guarnições seguem em direção a atendimentos urgentes, que são muitos.

Após o comandante militar do Sul, o general Hertz Pires do Nascimento, destacar os impactos causados pelas mentiras, em reunião de emergência com ministros realizada no Palácio do Planalto, na terça-feira, decidiu-se abrir um inquérito para investigar fake news sobre as enchentes .

DESINFORMAÇÃO – O militar relatou a distribuição de conteúdos falsos, como o de que a Marinha estaria fazendo blitz em barcos e dificultando as operações de resgate no estado, o que é mentira. A Advocacia-Geral da União (AGU) acionou na Justiça o influenciador Pablo Marçal, por disseminar conteúdos falsos sobre a atuação das Forças Armadas na tragédia.

Mesmo em situações como a que agora assistimos, surgem pessoas sem alma que tentam obter vantagens e até roubos. O problema das fake news é algo tão repugnante, pois os responsáveis por tais investidas sentem prazer na tentativa que fazem de aumentar o sofrimento de centenas de milhares de pessoas, atingidas diretamente pela tragédia que desabou no Rio Grande do Sul.

Um absurdo.

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Supremo revalida as restrições à nomeação de políticos em estatais

O Supremo Tribunal Federal considerou válida a lei que impede nomeações políticas para empresas estatais. Por 8 votos a 3, a Corte determinou a manutenção de trecho da Lei das Estatais que restringe a indicação de políticos para cargos públicos.

O Supremo, no entanto, determinou que as nomeações que não se enquadram na legislação feita desde a suspensão da norma, em março de 2023, devem continuar válidas. O caso chegou ao STF por meio de uma ação movida pelo PCdoB para questionar trechos que proíbem a indicação de ministros de Estado, secretários estaduais e municipais e titulares de cargo de natureza especial, de direção ou de assessoramento na administração pública para postos no conselho de administração e na diretoria de estatais.

MANUTENÇÃO – Apesar de atestar a validade da Lei das Estatais, porém, o STF decidiu por unanimidade manter as indicações concretizadas durante a vigência da liminar de Lewandowski. A iniciativa tem um caráter importante na medida em que evita o loteamento de cargos na administração pública indireta, mas é difícil estabelecer o conceito entre o que é nomeação política e o que não é.

Regras são estabelecidas a partir de um currículo de nomeados, mas pode haver os casos dos postulantes serem realmente muitos bons, mesmo tendo participado de campanhas políticas. É uma mistura de conceitos que não resolverá o essencial  que é garantir o descompromisso de quem foi nomeado com aquele que o nomeou. Há casos que ficam na história como exemplos de contradições.

Dias Toffoli foi indicado para o STF pelo ex-presidente Lula em sem mandato anterior. Isso não impediu que ele não resolvesse a questão que acabou por impedir a saída de Lula quando estava preso para o enterro de seu irmão que havia falecido. Mas, depois, Toffoli se arrependeu e pediu até o perdão de Lula, mas o presidente responde até hoje com silêncio.

Assim, esse critério é muito vago.

PEDRO DO COUTTO é jornalista.

Enviado por André Cardoso – Rio de Janeiro (RJ). Envie seu texto para mazola@tribunadaimprensalivre.com ou siro.darlan@tribunadaimprensalivre.com


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