Por Cacau de Brito –
Falar sobre a Previdência Social nos dias de hoje é uma experiência amarga e prejudicial para os aposentados brasileiros, e para os trabalhadores, torna-se intragável. Ao longo do tempo, ambos vêm sofrendo com cada reforma implementada, sem nenhum benefício aparente. Cada reforma apenas intensifica o amargor dessa situação, sem qualquer alívio à vista.
Os constantes cortes nos direitos previdenciários têm deixado os aposentados do INSS em uma situação cada vez mais vulnerável, comprometendo sua qualidade de vida e bem-estar. E, ainda assim, o copo deste suco amargo reserva mais alguns goles, diante da possibilidade de uma nova reforma previdenciária em discussão no Congresso Nacional.
Menos de cinco anos desde a última reforma, o governo parece ignorar os impactos negativos vivenciados, propondo novas medidas que podem acarretar consequências devastadoras para os aposentados e trabalhadores brasileiros. É urgente uma abordagem mais justa e equilibrada em relação à Previdência, priorizando a proteção e o amparo dos cidadãos.
A grande reforma da Previdência de 2019 ainda ecoa na sociedade brasileira, representando um fardo para os trabalhadores. A perspectiva de mais uma reforma é particularmente preocupante para aqueles prestes a se aposentar, já que a cada mudança as exigências para obtenção do benefício se tornam mais rigorosas, prolongando a jornada laboral e distanciando a aposentadoria.
A situação é ainda mais delicada para os aposentados, que enfrentam a falta de respaldo do Poder Judiciário, agora inclinado a favorecer as medidas do governo. A imposição de novas restrições previdenciárias reflete um cenário de incerteza e insegurança, comprometendo a estabilidade financeira e o bem-estar dos trabalhadores e aposentados.
A última votação do Supremo Tribunal Federal, que reverteu seu próprio entendimento favorável aos aposentados, é um claro exemplo da injustiça enfrentada por essa parcela da população. Além disso, o argumento de um possível rombo nos cofres públicos, usado para justificar tal decisão, carece de fundamentação sólida e é contestado por diversos órgãos especializados. Essa postura do STF revela uma desconexão preocupante com os direitos e necessidades dos aposentados, clamando por uma revisão urgente de suas decisões.
Os milhões de brasileiros que estão na ativa e pagando a previdência não têm certeza se irão se aposentar um dia.
O governo não teve e não tem a coragem esperada, acovardando-se ao não tocar nos militares e nem nos funcionários públicos. Aqueles mais privilegiados, os únicos a ganhar os valores dos tetos constitucionais, permanecem intocáveis, enquanto o sofrimento persiste para os demais.
Observa-se, ao longo dos anos, uma covardia contra os aposentados, que, mesmo tendo trabalhado por toda uma vida, se veem diante da necessidade de voltar a trabalhar apenas para garantir o mínimo de dignidade. A situação é ainda pior para aqueles sem condições de saúde, vivendo à custa dos familiares, sem casa própria e incapazes de pagar um aluguel.
Diante desse contexto, é imperativo repensar a abordagem em relação à previdência social, priorizando a proteção dos direitos dos trabalhadores e aposentados. A busca por soluções equilibradas e justas é essencial para garantir a dignidade e o bem-estar daqueles que tanto contribuíram para o desenvolvimento do país. É hora de o governo adotar medidas que valorizem e protejam os direitos previdenciários dos cidadãos, em vez de impor reformas que ampliam a desigualdade e o sofrimento daqueles que mais precisam de amparo.
O suco já é tão amargo que apenas é engolido por falta de alternativa. Ou engole, ou passa sede. Pensar em outra reforma da previdência é o fim da picada e os trabalhadores não têm mais condições de aguentar essa malvadeza que o Congresso Nacional quer impor ao trabalhador. O governo precisa cortar gastos desnecessários para não penalizar ainda mais o trabalhador e, consequentemente, o aposentado. Muito triste é a situação vivida hoje pelos aposentados brasileiros. Qual a saída desse cenário?
A saída não está em matar os aposentados e sim em economizar na máquina pública, a qual é uma das mais caras do mundo. Uma nova reforma seria o fim para muitos que estão quase se aposentando, principalmente os que estão na iniciativa privada.
Vamos lutar para que essa nova reforma não saia. Pois, deferir mais um golpe contra quem não tem forças para lutar é uma covardia.
CACAU DE BRITO é advogado, escritor, membro da Igreja Batista do Recreio e do Conselho Consultivo do jornal Tribuna da Imprensa Livre. Reconhecido por sua atuação em defesa dos direitos fundamentais e militância na área dos Direitos Humanos. Foi diretor e coordenador-geral do Procon-RJ, assessor na Secretaria Municipal de Trabalho e Renda – SMTE, no Rio de Janeiro e chefe de gabinete na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro – ALERJ, em duas legislaturas. Fundador da Associação dos Advogados Evangélicos do Rio de Janeiro. Colaborador do Projeto Cristolândia, um programa permanente de prevenção, recuperação e assistência a dependentes químicos e codependentes, dirigido pela Junta de Missões Nacionais da Convenção Batista Brasileira. Fundador e coordenador do Movimento O Rio pede paz e do Fórum da Cidadania do Rio de Janeiro.
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