Por Miranda Sá –

É possível que nas grandes decisões, os políticos do andar de cima  joguem xadrez, como dizem os comentaristas televisivos; vá lá! mas na telinha não se fala como joga o “Baixo Clero” (a verdadeira qualificação da picaretagem parlamentar) que adota o baralho.

Para os picaretas é mais fácil decorar os naipes do que mover pedras na complexa estratégia enxadrista; os que compõem o Baixo Clero, apelidado de Centrão para confundir e queimar o Centro Democrático, antítese deles, picaretas parlamentares.

O Centro Democrático não se vende, nem se troca: defende a terceira opção eleitoral, independente e patriótica, contra a polarização extremista. É completamente diferente dos defensores da disputa bivalente dos auto assumidos fraudulentamente como “de direita” e “de esquerda”.

Enquanto os autênticos democratas querem um país unido, bolsonaristas e lulistas querem uma sociedade dividida em facções estúpidas e, por isto, mantêm uma guerra de desinformação sobre o mapa ideológico da política

É por causa dos polarizadores que o homem comum não é informado de que os extremismos que Bolsonaro e Lula carregam são apenas o culto à personalidade e o fascínio por símbolos, bandeiras ou cores. Não valorizam princípios éticos. Fingem brigar entre si, mas são iguais pelo avesso.

Não há dúvida que seus argumentos deles envoltos num populismo barato, enganam muita gente. Sob uma colorida demagogia, o homem comum adota, por preguiça mental, ideologias degeneradas travestidas de conservadoras ou progressistas.

Então, por ingenuidade, ignorância ou psicopatia, os eleitores engrossam a dupla fileira da bipolaridade eleitoral e olham o Brasil pelo retrovisor da História. Chegam até a enfrentar-se como fascistas hitleristas e comunistas stalinistas.

Também ingênuas, ignorantes ou psicopatas, há pessoas que embaralham o populismo demagógico com socialismo e acompanham a marcha oportunista do lulopetismo; e seus adversários, igualmente obtusos, trocam o ideário conservador pelo besteirol da direita bolsonarista sem ética e sem moral.

Eis os naipes do baralho da picaretagem: examinando-os, vemos que são manuseados pelos que defendem e divulgam a cisão nacional entre os extremismos, são viciados em jogos de azar e não com as singelas cartas infantis do “Mico” ou as ingênuas bisca e sueca familiares.

O carteado de sete-e-meio do Baixo Clero é esquizofrênico. Leva o jogador à desintegração da personalidade, recriando-se à imagem e semelhança dos seus chefes, Lula e Bolsonaro, escamoteadores da verdade.

Só não vê quem não quer Bolsonaro como mercador de bens públicos e da desonra militar confrontando-se com Lula, ex-presidiário, condenado em três instância por corrupção, mas infelizmente no poder por suspeitas ações jurídicas.

Assim, jogando na mesa do destino nacional apostando no futuro, esperamos, por amor à Pátria, que a sorte nos proporcione o az, o rei, a dama, o valete e o dez, do mesmo naipe, para formar um Royal Flush.

E ganhar o jogo contra a corrupção, a mentira, o nepotismo, a pelegagem corrupta dos hotéis de luxo, das joias, dos piagets e dos rolexes…

MIRANDA SÁ – Jornalista profissional, blogueiro, colunista e diretor executivo do jornal Tribuna da Imprensa Livre; Trabalhou em alguns dos principais veículos de comunicação do país como a Editora Abril, as Organizações Globo e o Jornal Correio da Manhã; Recebeu dezenas de prêmios em função da sua atividade na imprensa, como o Esso e o Profissionais do Ano, da Rede Globo. mirandasa@uol.com.br

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