Redação

Uma em cada três advogadas já foram assediadas sexualmente e um a cada três homens já sofreram bullying. Este é um dos dados da pesquisa global feita Internacional Bar Association (IBA) sobre assédio sexual e moral nas profissões jurídicas. Os resultados foram apresentados no dia 29 de outubro em reunião do Centro de Estudos de Sociedades de Advogados (Cesa).

O relatório baseia-se em dados coletados de cerca de 7.000 profissionais do Direito, em 135 países, conduzido pela Unidade de Política e Pesquisa Jurídica da IBA (LPRU) em colaboração com a empresa de consultoria Acritas. Os entrevistados fazem parte de escritórios de advocacia, empresas, gabinetes de juízes, governo e judiciário.

A pesquisa mostra que em 57% dos casos de bullying os incidentes não foram denunciados, e esse número sobe para 75% nos casos de assédio sexual. Além do grande turnover, o impacto negativo do problema reflete também na imagem dos locais de trabalho.

O relatório mostrou que pouco mais de 50% das empresas entrevistadas estão tomando medidas suficientes para prevenir ou responder adequadamente às más condutas. Apenas um em cada cinco locais de trabalho forneceu treinamento visando o reconhecimento e denúncia de problemas nessas áreas.

No Brasil, 23% dos entrevistados dizem já ter sofrido algum tipo de assédio sexual e 51% revelou já ter sido vítima de bullying.

A presidente do Sindicato das Sociedades de Advogados dos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro, Gisela da Silva Freire, informou que pela primeira vez, nas negociações coletivas tratadas pelo sindicato, foi incluída uma cláusula de intolerância a qualquer tipo de assédio ou descriminação.

Fonte: ConJur