Por Pedro do Coutto –
O título desse artigo que escrevi no segundo tempo de México x Polônia é uma verdade que se eterniza na história do futebol mundial e se confirma por etapas sucessivas. Nesta terça-feira, assistimos a vitória da Arábia Saudita sobre a seleção argentina de Lionel Messi.
Uma surpresa universal, mas teoricamente, pois, vendo-se a partida verifica-se que o time argentino centralizou a sua atuação em Messi, encarregado de várias ações dentro de campo e sempre um ponto a ser procurado pelos companheiros para as armações de jogadas.
VITÓRIA NO CAMPO – Ainda ontem também, um time mais forte, a Dinamarca, empatou com a Tunísia. Digo isso, pois O Globo publicou uma matéria de Diogo Dantas contendo declarações do atacante Richarlison, respondendo a um jornal alemão que criticou Neymar por ele ter chegado no Qatar vestindo uma bermuda com seis estrelas, o que seria a conquista antecipada do hexacampeonato. Um exagero, espero que do jornal. Mas é verdade que o jogo se vence no campo.
O Brasil era o franco favorito e perdeu a Copa de 1950 para o Uruguai; a Hungria em 1954, mas perdeu para a Alemanha; em 1974, a Holanda era a favorita e a Alemanha venceu a final. Muitos exemplos podem ser acrescentados não somente em decisões de Copa do Mundo, mas no universo do futebol de forma geral. É preciso respeitar os adversários e não cantar vitória antes do tempo.
Na noite de sábado, 15 de julho, véspera da decisão com o Uruguai em 1950, havia começado um carnaval na Cinelândia. O resultado foi o desastre que ficou na história do esporte brasileiro e das grandes conquistas do Uruguai. Por um gol se ganha, mas também se perde.
DESTINO DO COAF – Matéria de Bruno Abbud, O Globo desta terça-feira, coloca em destaque divergências que surgiram no grupo de transição do PT sobre o destino do Coaf; dúvida se ele poderá ir para a Justiça ou permanecer no Canco Central. Está evidente que deve permanecer no BC, sobretudo porque esse tem o controle do câmbio, e sem incluir as movimentações cambiais nas operações fiscalizadas o Coaf tem a sua atuação limitada e fica mais distante da lavagem de dinheiro por meios externos.
O Coaf é um órgão vital e o controle sobre ele tem que ser marcado pela lisura e visão realista dos fatos. Não adianta fazer vista grossa em um órgão tão importante, pois é ele que revela os depósitos atípicos e transações ilegais. O Coaf é um órgão decisivo para a administração pública.
PREÇO DA GASOLINA – Depois da redução de preços, a fantasia colocada em prática pelo governo Bolsonaro para ajudar a sua reeleição, agora pela sexta semana consecutiva, revela Nicola Pamplona na Folha de S. Paulo de ontem, a gasolina sobe de preço nas bombas e o litro passa a custar mais de R$ 5 em vários postos. Em outros, o aumento ainda é um pouco maior.
Portanto, reduzir os preços da gasolina foi apenas um factoide, algo passageiro como a evaporação que se perderá ao longo da história das eleições e da influência da máquina administrativa federal, que nesse caso não chegou a ter êxito.
TWITTER – O bilionário Elon Musk, matéria divulgada pelo site americano Bloomberg, transcrita pelo O Globo, revela que o bilionário Elon Musk assumiu o Twitter após pagar US$ 44 bilhões e já demitiu praticamente cerca da metade dos funcionários que encontrou. Musk permanece na exigência de que aqueles que quiserem permanecer devem cumprir uma jornada maior recebendo o mesmo salário.
Não se pode francamente, em base em qualquer raciocínio lógico, chegar-se a conclusão sobre a investida de Musk contra o quadro de funcionários. Se ele achou que o Twitter valia US$ 44 bilhões com os funcionários que tinha, como esvaziará os quadros dessa maneira? Não se compreende qualquer outro propósito, além de causar reações contrárias que se generalizam.
PEDRO DO COUTTO é jornalista.
Enviado por André Cardoso – Rio de Janeiro (RJ). Envie seu texto para mazola@tribunadaimprensalivre.com ou siro.darlan@tribunadaimprensalivre.com
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