Redação

Segundo o blog apurou, o ministro da Justiça, Anderson Torres, tem conversado com integrantes do STF (Supremo Tribunal Federal) nos últimos dias sobre a crise dos caminhoneiros e já chegou a alegar, por exemplo, que as polícias federais não teriam efetivo suficiente para superar a crise.

O argumento foi rechaçado por ministros da Corte já que, lembraram eles ao ministro da Justiça, em 2018 a PF, a PRF e a Força Nacional resolveram o desbloqueio das rodovias em paralisação maior de caminhoneiros – além de o efetivo da Polícia Militar já estar nas ruas desde segunda-feira.

TORCIDAS DE FUTEBOL – Em meio a relatos de Torres de que a polícia estaria tendo dificuldade em desobstruir as rodovias, ministros do STF enviaram a ele reportagens com vídeos das torcidas organizadas do Galo e da Fiel que, em deslocamento para acompanhar seus times jogarem, liberaram rodovias em São Paulo e no Rio de Janeiro.

Diante da insistência de Torres, ministros passaram a receber a fala como um pretexto, uma “jogada” do governo Bolsonaro para tentar colocar militares nas ruas – e confundir a população com a imagem de fardados em meio a manifestações ilegais.

O foco dos ministros do STF é cobrar explicações da direção da Polícia Rodoviária Federal – que está ameaçada, inclusive, de ser afastada e presa.

FAZENDO BLINDAGEM – Na conversa que Jair Bolsonaro (PL) teve com ministros do STF, na terça-feira (1º), Rosa Weber agradeceu ao presidente por fazer um pronunciamento que, em sua visão, desautorizava as manifestações.

Em resposta, Bolsonaro disse aos ministros do STF que a cúpula da Polícia Roooviária Federal  era muito boa e faz o que pode. A fala de Bolsonaro foi vista pelo STF como uma tentativa de blindagem do governo a Silvinei Vasques, diretor-geral da PRF. (Fonte: g1 Brasília)

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Bolsonaro grava e posta vídeo apoiando atos golpistas inflamados por fake news

Atos golpistas foram realizados nesta quarta-feira (2) por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) em ao menos 18 estados do país e no Distrito Federal, principalmente na frente de quartéis ou repartições militares, para questionar a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na eleição presidencial do último domingo (30) e defender intervenção das Forças Armadas.

Com faixas, cartazes, gritos de guerra e interdições do trânsito, os defensores de um golpe de Estado saíram às ruas no feriado de Finados nas principais capitais, incluindo São Paulo, Brasília e Rio, inflamados por uma série de fake news e estimulados por Bolsonaro.

VIDEO DE BOLSONARO – O presidente publicou um vídeo no final da tarde pedindo para seus apoiadores liberarem rodovias que estão obstruídas, mas afirmou que os outros atos eram “do jogo democrático” —apesar das reivindicações golpistas.

“Os protestos, as manifestações, são muito bem-vindas, fazem parte do jogo democrático. […] Agora, tem algo que não é legal. O fechamento de rodovias pelo Brasil prejudica o direito de ir e vir das pessoas”, disse. “Outras manifestações que vocês estão fazendo pelo Brasil todo, em praças, fazem parte do jogo democrático. Fiquem à vontade. E deixo claro: vocês estão se manifestando espontaneamente.”

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-RJ), filho do presidente, chegou a divulgar vídeo da manifestação golpista do Rio, reproduzindo uma fala do pai em discurso no dia anterior: “os atuais movimentos populares são fruto de indignação e sentimento de injustiça de como se deu o processo eleitoral”.

MOURÃO PEDE ALTIVEZ – Já o vice-presidente, general Hamilton Mourão (Republicanos), senador eleito pelo Rio Grande do Sul, alertou para as consequências das reivindicações golpistas, cobrou “altivez” na derrota para retornar “muito mais fortes em 2026”.

“Agora querem que as Forças Armadas deem um golpe e coloquem o país numa situação difícil perante a comunidade internacional”, escreveu em rede social, afirmando que as “manifestações ordeiras” são “bem vindas”, mas que o “sentimento de frustração” surgiu “quando aceitamos passivamente a escandalosa manobra jurídica” que anulou os processos de Lula em 2021, permitindo sua candidatura.

Além de espalharem imagens falsas ou antigas sobre a presença de veículos do Exército atuando nas cidades e afirmações inverídicas de que a fraude nas urnas foi comprovada, manifestantes chegaram a comemorar nos atos uma fake news da “prisão” do presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Alexandre de Moraes, tido como algoz por bolsonaristas.

Fonte: Folha de SP

Charge O TEMPO 2-11-2022

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