Por Mauricio Salkini

Semana passada prometi dicas, contei sobre hábitos de leitura do meu falecido herói e defendi que o franchising é um empreendimento fundamentalmente coletivo. A descoberta, aos que preferem as apresentações solos, é que empreender depende de coletivos comprarem a sua ideia, seja ela serviços ou produtos.

Definitivamente precisamos que os coletivos (os clientes) valorizem, abrindo o bolso e nos pagando (se possível, pagando bem, que mal tem) os produtos que ofertamos. Mas, antes disso, o empreendedorismo depende que fornecedores e colaboradores sejam os acreditadores das nossas propostas. Não existirá empreendedor sem cadeia de suplementos, por exemplo. Tanto no negócio próprio quanto nas franquias, o sucesso é ser aceito, valorizado e remunerado por pessoas (no plural).

Já fui questionado, como ponto negativo, sobre a impossibilidade de escolher os produtos que vendo nas minhas lojas franqueadas? O questionador cita uma guloseima que ele considera deliciosamente irresistível. Respondo ao empresário crítico, sobre o sistema de franchising, já que ele, na gestão do negócio próprio, também não definirá se terá ou não a guloseima. O ser autoritário, que se julga poderoso por ter grana para ter seu negócio próprio, quase pula do corpo.

Explico! Nós – a franqueadora e o lojista solo – no máximo testamos os produtos, pois quem definirá quais os itens querem que a gente trabalhe será o cliente. Você pode achar a empanada argentina impossível resistir, mas só terá essa iguaria se os seus clientes concordarem. Se o consumidor discordar de você, te restará a opção de falir, abraçado as “argentinas” ou humildemente recuar e propor ao coletivo novas opções.

O que as franqueadoras te entregam é um modelo testado e aprovado em outros pontos comerciais.

As franquias espalhadas por diversas regiões têm experiências, aceitação, volume de vendas e sabores mais aceitos – diminuindo a margem de erro. Não elimina o risco, mas diminuirá consideravelmente. Podem te entregar as práticas mais exitosas na gestão da operação, o que necessitará de humildade da sua parte de aprender com os colegas.

Franquias é o paraíso?

Como qualquer oferta, de qualquer mercado, existem as companhias sérias e as que são máquinas de vender taxa de franquias. Quem deseja uma entrada qualificada no franchising precisará identificar as boas parceiras. Pretendo, neste espaço semanal, colaborar com o leitor nesta identificação do joio e do trigo.

O candidato a franqueado pode começar estabelecendo, como paradigma das redes confiáveis, a análise de perfil para ser franqueado. As redes saudáveis partem da premissa e continuam o processo seletivo do candidato analisando mais do que a grana disponível para ser elegível. Também não se restringem a área desejada para a futura loja.

O franqueado ideal tem um perfil comportamental e as franquias sabem disso. Pode ser rico, mas se não for operar a loja, no caso dos food services pequenos, terá insucesso na certa. Tem candidato que sonha com o cônjuge trabalhando e enxerga no franchising uma correção de rumo profissional que o cônjuge não deseja. Cilada para quem vai colocar a operação (prejuízo) e ruim em médio prazo para a rede, que terá lojas mal operadas e deficitárias por falta de perfil do franqueado operador.

De semana em semana, vamos juntos construindo um franchising ainda mais maduro?

Estou contando com a sua companhia.

MAURICIO SALKINI é administrador, poeta, palestrante e empreendedor desde de 1994, com experiência em franquias: Bobs, Kopenhagen e Rei do Mate. Participa do Conselho de franqueados (RM) do Rio de Janeiro. Implantou mais de 15 negócios no franchising, localizados em shopping, supermercado, rua e estação de transportes – barcas, trem e metrô. Inovou na operação de franquias dentro das embarcações Rio X Niterói, um verdadeiro desafio marítimo, e em projetos vencedores do Prêmio Ser Humano ABRH-RJ: Treinamento Cult (2019) e Primeiro Trabalho Decente (2021). Reconhecido (2022) pelo Selo Diversidade/ Prefeitura Municipal de Niterói (RJ), na área de Direitos Humanos, pelo desenvolvimento de trabalhos com a juventude preta e mulheres em posição de destaque na empresa. Produz conteúdo diariamente no Linkedin, conciliando Empreendedorismo com questões sociais, propondo para os franqueados/ Varejistas avanços práticos e sustentáveis na pauta ESG, debatendo sustentabilidade, DEI e greenwashing. Tem artigos publicados na revista RPS/ Universidade Federal Fluminense, e nos portais: Central da Franquia e Grupo RH-LF. Escreveu artigos para os livros: “Pedagogia Social – Educação sem fronteiras” e “As melhores práticas em Gestão de Pessoas” (org. ABRH-RJ). Colunista semanal do jornal Tribuna da Imprensa Livre. https://linktr.ee/msalkini

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