Por Amirah Sharif –
Direito dos Animais.
Nessa semana, estava à noite zapeando os canais de televisão e resolvi prestar atenção no programa “Que história é essa, Porchat?”. Era um programa especial que foi ao ar na semana de aniversário do apresentador. Num dado momento, lhe perguntaram qual foi a melhor história que ele ouviu no programa. Rapidamente, respondeu que foi a história muito emocionante sobre pinguins contada por Lúcio Mauro Filho.
Que história é essa?
Lúcio Mauro Filho, a esposa Cintia e os filhos Bento, à época com 6 anos e Luiza com 4, foram passar o carnaval na Patagônia argentina. As crianças queriam conhecer os pinguins no Parque Nacional Monte Leon, só que, pelas condições climáticas da época, o encontraram fechado, no entanto, para não frustrar o desejo da família em conhecer os pinguins, Lúcio Mauro assinou um termo de responsabilidade e seguiu com os três numa trilha sem guia e sem acompanhante. Após vinte minutos de caminhada, viram uma placa que avisava: “Se você vir um puma, não corra. Junte todos do grupo. Agitem os casacos por cima das cabeças, gritem em uníssono e esperem a chegada do guarda do parque”. Depois de algum tempo, aparece um pinguim e, por uns dez minutos, todos pararam e começaram a chorar, emocionados, sem falar nada. O pinguim deu meia volta e retornou para onde estavam os demais pinguins. Lúcio Mauro e família retomam a trilha e ouvem extasiados, da beira do penhasco, o canto de sessenta mil pinguins.
Curiosidades
Lúcio Mauro contou que ali, em Monte Leon, é onde os pinguins encontram o parceiro que será seu companheiro para o resto da vida, porque eles são monogâmicos.
Os pinguins são aves. Sim, são aves, mas não voadoras. Eles têm grande capacidade de natação, sendo bastante ágeis e velozes nesse ambiente aquático, no entanto têm dificuldade de se locomoverem em terra firme. Suas pernas curtas, por exemplo, impedem o deslocamento rápido. Uma forma curiosa de locomoção é observada em regiões de neve.
Os pinguins deslizam na neve sobre a barriga e utilizam suas asas como forma de garantir impulso.
Algumas espécies de pinguins
O pinguim-imperador (foto acima) é uma espécie encontrada na Antártica, que se destaca pelo seu tamanho e peso, sendo considerado o maior de todos os pinguins. Seu dorso e cabeça são pretas, seu peito na cor branca e o bico laranja. Essa espécie de pinguim pode suportar temperaturas inferiores a 50 graus negativos.
O pinguim-rei é o segundo maior pinguim dentre as espécies conhecidas. Seu dorso é predominantemente na cor cinza, sua cabeça é preta, orelhas e bico na cor laranja e peito nas cores amarela e branca. Vivem principalmente na zona da Antártida e em ilhas subantárticas. Também podem ser encontrados no sul da Austrália e na Nova Zelândia.
O pinguim-real (foto acima) é outra espécie que vive nas águas da Antártida. Possuem o dorso preto e o peito branco. Sua face é branca, os bicos são mais curtos e na cor laranja. Diferente de outros pinguins, apresentam penas laranja e amarela na cabeça. O pinguim-real passa a maior parte de seu tempo na água em busca de alimento.
O pinguim-das-galápagos é a única espécie que vive junto à linha do equador, no hemisfério norte. De porte menor, seu corpo, cabeça e bico são pretos. Somente seu peito é na cor branca. É um animal ameaçado de extinção, sendo classificado como em perigo, visto que apresenta uma população com menos de 2 mil indivíduos.
O pinguim-de-magalhães (foto abaixo) é uma espécie que realiza anualmente movimentos migratórios sazonais para o Brasil, sendo vistos nos meses de inverno, no litoral das regiões sul e sudeste, em busca de alimento.
Atenção! Quando encontramos um pinguim na praia, não devemos colocá-lo em recipientes com gelo, pois isso pode reduzir a temperatura do corpo do animal, levando-o à morte. Nesses casos, mantenha o animal em local seco e aquecido até a chegada de um biólogo ou veterinário.
Que história é essa, seu João?
Certa vez, o pedreiro aposentado João Pereira de Souza, ao chegar perto de sua casa, numa praia da Ilha Grande, no Rio de Janeiro se deparou com um pinguim encharcado de óleo, quase morto. E aí seu João o limpou e deu de comer ao pinguim batizado pelo nome de Dindin. Assim, iniciou-se mais uma verdadeira e sincera amizade entre um animal não humano e um animal humano. Todo ano, Dindin atravessa o oceano para visitar seu amigo brasileiro.
Seu João acha que Dindin mora na Patagônia: “se eu chegasse lá e eu gritasse pelo nome dele, ele viria direto. Era só escutar a minha fala”. Tenho certeza que sim, porque todos os Dindins que conhecemos têm a virtude da gratidão.
Não é história. É fato.
AMIRAH SHARIF é jornalista, advogada, protetora dos animais e colunista do jornal Tribuna da Imprensa Livre. asharif@bol.com.br
Envie seu texto para mazola@tribunadaimprensalivre.com ou siro.darlan@tribunadaimprensalivre.com
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