Por Kleber Leite –
Demos mole o ano inteiro.
No Campeonato Brasileiro perdemos pontos inacreditáveis. Na Copa do Brasil, a proeza de ser eliminado pelo Athletico Paranaense, tomando de 3 a 0 em casa. E, na Libertadores, em falha individual grotesca, entregamos o caneco para o Palmeiras.
Se 2019 foi um ano mágico, 2021 foi um ano trágico, frustrante, onde o somatório incrível de erros, dentro e fora das quatro linhas, fez a alegria de atleticanos e palmeirenses.
O ano acabou! Com a vitória de 4 a 0, o Galo fez barba e cabelo, papando o Brasileiro e a Copa do Brasil. O bigode foi feito pelo Palmeiras, campeão da Libertadores.
Incrível a fase de Hulk, longe a melhor contratação da temporada.
Cuca arrumou bem demais este time do Atlético. Mexeu muito bem com as peças disponíveis. Cuca é um baita treinador.
E, apenas como lembrete, o Palmeiras eliminou o Galo na Libertadores surfando na onda do regulamento, por ter feito o gol fora de casa. E, não esquecendo que, em São Paulo, Hulk perdeu um pênalti. O Atlético sobrou na turma, e o Flamengo, com a folha mais cara do continente sul-americano, foi a mãe do ano…
Por aqui pintou a notícia de que Jorge Jesus será demitido pela direção do Benfica ainda esta semana. Mantive contato com o “doce e inesquecível Portuga”, que estava voltando para Lisboa, após vitória de 4 a 1, fora de casa. Disse nada saber sobre o que se comenta, além de reiterar que deseja continuar dirigindo o Benfica. Em síntese, só sairá se for por decisão dos dirigentes.
Vamos aguardar o noticiário. Na ação que vem por aí dos comandantes rubro-negros já poderemos ter uma noção aproximada do que nos aguarda em 2022. Pelas decisões tomadas neste ano, seja quem for o treinador, não será tão simples arrumar a casa. Optamos em dar continuidade com quem foi importante, mas pouco ou nada acrescentará no ano novo que vem por aí, além de comprometer a folha de pagamento, travando novos investimentos.
Tomara que eu esteja errado…
***
Parece que foi ontem
Tudo que vai com muita força ao coração estará sempre vivo em nossa memória. Neste 13 de dezembro estamos comemorando 40 anos da mais expressiva conquista da paixão que nos une. Após o Santos de Pelé – ponto fora de qualquer curva – um clube brasileiro, finalmente, conquistava o mundo.
A viagem para Tóquio ocorreu no embalo de uma grande conquista. Naquela época, o Campeonato Carioca tinha incomum interesse, onde – ao contrário do que ocorre hoje – os três adversários ofereciam muita resistência. A prova disso é que precisamos ir ao terceiro jogo contra o Vasco para dar a volta olímpica. No embalo daquele 2 a 1, fomos para o Japão, atrás da verdadeira glória eterna.
O Rádio, no início dos anos 80, era um verdadeiro canhão de audiência. Era repórter da Rádio Globo e, graças ao talento comercial de Waldir Amaral, nossa equipe viajou para Tóquio, via Londres, pela British Airways. Nunca havia frequentado a primeira classe de qualquer empresa aérea. Imaginem que estreia espetacular!!! Indo para o Japão, sonhando com o Flamengo Campeão do Mundo e, na primeira classe de um avião inglês…
Os narradores foram Jorge Cury e Waldir Amaral. Ruy Porto, o comentarista, eu, o repórter, e João Fogueira, o engenheiro de som.
Em Tóquio, ficamos no mesmo hotel do Flamengo, o Grand Prince Hotel Takanawa, com seus laguinhos artificiais, lotados de peixinhos vermelhos que Peu, até hoje, acredita que eram movidos a pilha.
Curioso que, mesmo na Rádio Globo, por uma questão de melhor divisão dos apartamentos, acabei dividindo o quarto com Doalcey Camargo, chefe e locutor principal da Rádio Tupi. Dei sorte na vida, pois no Rádio tive dois pais, Dodô e Curi, e três irmãos: Ronaldo Castro, Loureiro Neto e Fernando Versiani.
O que me chamou a atenção no jogo, quando da entrada dos times em campo, foi o modo, com total ar de superioridade com que os jogadores ingleses olhavam para os nossos craques. Júnior foi o primeiro a se dar conta disso e, com os ingleses não entendendo nada do que falava, insuflava o nosso time.
Não houve jogo, e sim, meio jogo, pois com os ingleses atônitos, sem que entendessem o que estava ocorrendo, tudo estava definido nos primeiros 45 minutos, com o clássico placar de 3 a 0 e uma notável atuação de Zico.
Jorge Curi, que narrou o primeiro tempo, tirou a sorte grande. Até hoje, mundo afora, seu vozeirão emociona os rubro-negros. Waldir Amaral levou um susto, quando lá pelos trinta minutos do segundo tempo, após detalhar uma jogada de Zico, sapequei: “MENGÃO CAMPEÃO DO MUNDO TRÊS… LIVERPOOL… ZERO!!!”
Waldir, extraordinário chefe de equipe, gostou do “risco calculado”, foi no embalo e daí em diante foi de MENGAO CAMPEÃO DO MUNDO até sua última transmissão.
Sem nenhuma dúvida, meu momento mais feliz no futebol foi quando o juiz mexicano apitou o fim daquele jogo. Com o coração saindo pela boca, com enorme vontade de chorar de tanta alegria, consegui, na medida do possível, segurar a onda e ser a ponte entre nossos ídolos eternos e nossa torcida. Momento de glória máxima, como rubro-negro e como profissional.
Duas entrevistas muito me marcaram. Com Zico, sempre o primeiro a quem entrevistava e, por quem torcia como se o Flamengo fosse ele, e com a loucura do presidente Antônio Augusto Dunshee de Abranches, que invadiu o campo com a bandeira rubro-negra, deixando o coração falar, representando todos os arquibaldo e geraldinos rubro-negros (foto abaixo).
Que dia fantástico!!! Meu Deus, quanta alegria!!!
Parece que foi ontem…
KLEBER LEITE é jornalista, radialista, empresário, dirigente esportivo e colunista do jornal Tribuna da Imprensa Livre. Fundador da Klefer Marketing Esportivo em 1983.
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NOTA DO EDITOR: Quem conhece o professor Ricardo Cravo Albin, autor do recém lançado “Pandemia e Pandemônio” sabe bem que desde o ano passado ele vêm escrevendo dezenas de textos, todos publicados aqui na coluna, alertando para os riscos da desobediência civil e do insultuoso desprezo de multidões de pessoas a contrariar normas de higiene sanitária apregoadas com veemência por tantas autoridades responsáveis. Sabe também da máxima que apregoa: “entre a economia e uma vida, jamais deveria haver dúvida: a vida, sempre e sempre o ser humano, feito à imagem de Deus” (Daniel Mazola). Crédito: Iluska Lopes/Tribuna da Imprensa Livre.
MAZOLA
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