Por Tonito Almeida –
Dona Marisa Letícia, então esposa do ex-Presidente Lula, havia comprado alguns produtos de horta.
Ao saber disso, o Deltan Dallagnol, o ungido, fez o seguinte comentário:
“COMO ELA JÁ SABE FAZER HORTA, A D. MARISA VAI PODER ESCOLHER UMA COLÔNIA PENAL PARA PASSAR A VELHICE DELA”.
Dona Marisa era uma pessoa simples, afável, tímida, que nunca se deixou levar pela bajulação própria do poder. Nunca fez mal a alguém.
Fui do Ministério Público, sou advogado criminalista. No exercício da profissão conheci os mais diversos tipos humanos. Na acusação, como membro do Ministério Público, e, na defesa como advogado criminalista, atuei em diversas tribunas do júri.
Portanto, acreditava até há pouco que não me afetaria nenhuma expressão verbalizada no meio jurídico. Mesmo ácidas, pensava serem ditas no calor das emoções.
No entanto, confesso: não sabia que um ser com curso superior, ocupando alto cargo do Estado, fanático religioso, pudesse carregar e expelir tanta perversidade e demonstrar essa carga imensa de maldade calculista. Fiquei perplexo.
Mas algo aprendi em minha longa caminhada na vida: o covarde geralmente é um perverso. Pratica o excesso de crueldade quando protegido por seus semelhantes ou por uma instituição de poder.
Nesse caso do Dallagnol, existe agravante por evidente preconceito de classe e seletividade na perversidade.
Veja-se:
Não se tem notícia de nenhuma crítica à irmã do Aécio Neves, que comandava todo o trabalho sujo do irmão. A esposa do Eduardo Cunha saiu livre da Lava Jato mesmo com provas documentais de que movimentava conta bancária milionária ilícita na Suíça.
Ao contrário do manifestado ódio a D. Marisa, nesses casos escabrosos, ele permaneceu calado.
Não sei qual será o futuro dessa figura medíocre; mas revendo a história cristã, no julgamento de Cristo, creio que ele não gritaria pela liberdade de Jesus, porque tem a natureza de um fariseu.
TONITO ALMEIDA é advogado criminalista, atua na cidade de João Pessoa (PB). Texto enviado por Paulo Sarmanho Costa Lima.
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