Por Cacau de Brito –
Novembro é o mês da Consciência Negra.
A data homenageia e relembra as raízes do povo afro-brasileiro. Nos anos 70, um grupo de jovens negros decidiu procurar mais sobre a história dos antepassados e questionar a legitimidade da Lei Áurea, como referência de celebração do povo negro. A Lei, assinada pela princesa Isabel, em 1888, não garantiu apoio do governo e assistência social para os ex-escravizados.
Assim, os jovens sugeriram a data da morte do Zumbi dos Palmares, líder do Quilombo dos Palmares, e um dos personagens principais da luta pela liberdade do povo negro. Zumbi foi morto no dia 20 de novembro de 1695.
O dia é especial e faz uma reflexão sobre os direitos já alcançados do povo negro, mas também a luta contra a discriminação racial que ainda ocorre na nossa sociedade. Ao longo da nossa história o povo africano influenciou muito a cultura, culinária, religião, entre outras coisas no Brasil.
Apesar de um grande avanço desde a abolição da escravidão até os dias de hoje, pessoas negras sofrem com a grande desigualdade social, econômica e também política no Brasil.
Salários menores, violência, desemprego e desrespeito, são coisas que ainda estão presentes e alimentam o preconceito racial.
De acordo com o IBGE, em pesquisa feita em 2019, pretos e pardos somavam cerca de 64% da população desocupada e 66% da população subutilizada; tinham o rendimento médio um pouco superior à metade do que os brancos recebem, e também quase 2,7 vezes mais chances de serem vítimas de homicídio intencional do que uma pessoa branca.
Na política, a desigualdade também impera. Das 1.626 vagas disputadas em 2018, somente 444 candidatos se declararam pretos ou pardos. Sendo que a população negra no brasil corresponde a 56% do total de brasileiros.
Precisamos continuar lutando contra o preconceito racial e a desigualdade que ainda está muito presente na nossa sociedade.
Além disso, é necessário continuar a celebrar os antepassados e celebrar a história e cultura do povo afro-brasileiro.
CACAU DE BRITO é advogado, escritor, membro da Igreja Batista do Recreio e do Conselho Consultivo do jornal Tribuna da Imprensa Livre. Reconhecido por sua atuação em defesa dos direitos fundamentais e militância na área dos Direitos Humanos. Foi diretor e coordenador-geral do Procon-RJ, assessor na Secretaria Municipal de Trabalho e Renda – SMTE, no Rio de Janeiro e chefe de gabinete na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro – ALERJ, em duas legislaturas. Fundador da Associação dos Advogados Evangélicos do Rio de Janeiro. Colaborador do Projeto Cristolândia, um programa permanente de prevenção, recuperação e assistência a dependentes químicos e codependentes, dirigido pela Junta de Missões Nacionais da Convenção Batista Brasileira. Fundador e coordenador do Movimento O Rio pede paz e do Fórum da Cidadania do Rio de Janeiro.
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