Redação

Um posto de combustível e uma loja de conveniência de outro estabelecimento foram incendiados na madrugada de ontem (11), na Avenida Brasil, em Santa Cruz, na zona oeste do Rio de Janeiro. A Polícia Civil investiga se os incêndios foram provocados por milicianos que disputam a região. Os dois pontos de abastecimento ficam a uma distância de um quilômetro e próximos ao acesso à Rodovia Rio-Santos.

Segundo o Corpo de Bombeiros, o quartel de Sepetiba foi acionado para o local por volta de 2h da madrugada. Ninguém ficou ferido na ação.

De acordo com um morador de Santa Cruz ouvido pelo portal UOL, que não terá o nome divulgado por motivo de segurança, havia uma informação circulando sobre um suposto ataque do grupo liderado por Danilo Dias Lima, o Tandera, à região. A Polícia Civil apura o caso.

“Espalharam essa mensagem sim, mas na dúvida, é sempre bom acreditar e não arriscar. Não é coincidência dois postos queimados, né? Santa Cruz e Paciência estão totalmente entregues ao crime”, disse o morador.

Tandera é rival de Luis Antônio da Silva Braga, o Zinho, que assumiu o grupo de milicianos comandados pelo irmão dele, Wellington da Silva Braga, o Ecko – morto em junho deste ano durante uma operação da Polícia Civil do Rio para prendê-lo.

Em nota, a Polícia Militar informou que homens do Batalhão de Santa Cruz e do Batalhão de Policiamento de Vias Expressas (BPVE) “intensificam o policiamento na Avenida Brasil, altura de Santa Cruz, onde ocorreram os dois incêndios”.

Fim de semana de tensão

No último sábado (6), a região de Manguariba, em Paciência, na zona oeste, já havia sofrido com um intenso confronto entre milicianos rivais. A PM foi acionada e na região foram apreendidas armas, capas de colete balístico, automóveis e roupas camufladas.

Vídeos de carros circulando com homens armados foram publicados nas redes sociais.

Em setembro, oito vans foram incendiadas na zona oeste do Rio em um confronto entre grupos rivais. Os ataques interromperam a circulação dos veículos de transporte na região. Na ocasião, a Polícia suspeitava de uma retaliação ocorrida após a morte de homens na Baixada Fluminense que teriam ligação com o grupo de Tandera.

As quadrilhas paramilitares de Zinho e Tandera atuam principalmente na zona oeste do Rio e em cidades da Baixada Fluminense. Eles extorquem dinheiro de comerciantes e moradores através da cobrança de taxas de segurança, sinal clandestino de internet e TV, venda de água e gás e o transporte de vans.

(Imagem: TV Globo, com informações do UOL)


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